• FMI reconhecer estabilidade da dívida em patamar menor é significativo, diz Haddad

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  • 17/abr 15:09
    Por Aline Bronzati, enviada especial / Estadão

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a piora nas projeções fiscais do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil, divulgadas nesta quarta-feira, 17, está em linha com as alterações no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2025, apresentado nesta semana e que previu metas mais tímidas do governo para os próximos anos.

    O FMI estima que o Brasil tenha déficit primário de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e de 0,3% em 2025, conforme o relatório Monitor Fiscal, publicado nesta quarta-feira. As projeções são piores que as anteriores, que apontavam déficit primário de 0,2% do PIB em 2024 e superávit de 0,2% no ano seguinte.

    Além disso, o Fundo não vê o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregando superávit como foi prometido. Pelos cálculos da instituição, o País atingiria meta de déficit zero apenas em 2026, último ano da gestão petista. A partir de 2027, o Brasil voltaria para o azul, com superávit de 0,4% do PIB.

    “O mais importante para nós é que o FMI comece a rever a trajetória da dívida. Isso para nós é muito importante, porque todo esse esforço tem a ver com essa trajetória”, disse Haddad, em entrevista ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e ao Valor Econômico, durante as reuniões de Primavera do FMI, em Washington DC.

    O Fundo espera que a dívida pública bruta do País alcance 86,7% do PIB neste ano, ante 84,7% em 2023. Na projeção anterior, o FMI projetava que o indicador chegasse a 90,3% já neste ano, contra 88,1% em 2023.

    “O fato de eles FMI terem melhorado substancialmente as projeções da dívida brasileira no conceito do próprio FMI é muito importante para nós, porque no conceito brasileiro, que é um pouco diferente, também a trajetória da dívida melhora”, avaliou o ministro da Fazenda.

    O Fundo calcula o indicador de forma diferente, considerando os títulos do Tesouro detidos pelo Banco Central, que não são levados em conta pelo governo brasileiro.

    De acordo com Haddad, a melhora das projeções do FMI para a trajetória da dívida brasileira tem como pano de fundo a revisão para cima das projeções de crescimento do PIB do País.

    “Muitas vezes a gente olha corretamente para o fiscal, que é uma variável importante, mas não olha para o PIB potencial e para as expectativas de crescimento da economia brasileira”, concluiu Haddad.

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