Flores: elas garantem o sustento de 72 famílias em Petrópolis
Viver em meio à natureza é uma experiência que acalma e proporciona incríveis sensações ao ser humano. E trabalhar com flores num ambiente de diferentes visuais e aromas pode ser ainda mais agradável. É assim que vivem mais de 72 famílias de Petrópolis, que são responsáveis pela 3° maior região produtora de flores do Estado do Rio de Janeiro.
O setor injeta anualmente cerca de R$ 10 milhões de reais. Em 2016, num relatório passado pela Emater, Petrópolis faturou R$ 10,7 milhões com a produção e venda de flores de corte, folhagens, plantas de vaso e plantas de jardim. São mais de 139 hectares de plantações que fazem Petrópolis só perder para Nova Friburgo e Bom Jardim, que são os primeiros colocados no ranking.
A maior parte das plantações da Cidade Imperial está no Caxambu, região de Santa Isabel. Um desses produtores é Oswaldo de Oliveira, 57 anos. Com mais de 45 anos de dedicação, ele conta que o plantio e comércio de flores faz parte da história da família desde 1918. “Meu avô comprou o terreno em 18, e começou a plantar. Ele era aposentado, tinha um bom emprego e um bom salário de aposentadoria, mas adorava plantar flores. Então, nossa família começou a investir no ramo. Ele dizia que meu pai e meus tios tinham que vislumbrar essa produção porque isso ia dar futuro. Era algo que nós poderíamos investir que a natureza ia dar o retorno. E não deu outra. Fomos produzindo, produzindo, e quando meu pai assumiu a plantação eu logo comecei a ajudá-lo”, contou.
Desde 1975, Oswaldo comanda uma empresa de produção de flores com venda para outras cidades do Estado, como o próprio Rio de Janeiro, e também a região de Três Rios e Volta Redonda. “Tenho dois caminhões e quatro funcionários externos, que são responsáveis pela entrega. Os pedidos são recebidos aqui e nós direcionamos”, contou.
Sobre a sensação de viver num ambiente como este, ele detalhou. “É bom demais. Tem problemas, como toda profissão. Mas você tendo paciência, carinho e entendendo as leis de Deus, e também os seus avisos, é muito fácil ir levando até o negócio te dar lucro”, completou.
Atualmente, em todo o território fluminense, 683 produtores produzem flores e plantas ornamentais em 950 hectares, com a geração de 17,6 mil empregos na cadeia produtiva, segundo dados do Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura). O mesmo levantamento aponta que o setor foi responsável pela movimentação de R$ 470 milhões nos últimos anos, em média. Somente na região Serrana são produzidos mais de 16 milhões de maços de flores por ano, em uma área de 624 mil hectares plantados. Ao todo são 527 produtores diferenes, responsáveis por 89% da produção de flores do Estado.
Também no ramo das flores, a produção de orquídeas também está em alta, e tem ganhado destaque no mercado. As espécies que antes eram mais caras, hoje estão mais acessíveis e populares, o que agrada ainda mais muita gente. Brancas, amarelas, rajadas, rosas e azuis. Seja lá qual for a cor ou o tipo, as orquídeas são capazes de enfeitar os mais variados ambientes e possuem longa duração, florescendo a cada seis meses. O maior produtor da região e o mais antigo do Brasil é o Orquidário Binot, de Petrópolis.
Fundada em 1870 a empresa atualmente conta com visitação aberta no Retiro, e também participa de dezenas de exposições de orquídeas todos os anos, sendo reconhecida pela qualidade de seus produtos e pelos preços e maior variedade do comércio brasileiro. A família está na quinta geração, e até hoje mantém a tradição que já está próxima de completar 150 anos.