• Fiocruz realiza nova pesquisa sobre o impacto social da pandemia no Brasil

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  • 26/07/2021 16:57
    Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está realizando uma nova pesquisa sobre o impacto social da pandemia de covid-19 na vida dos brasileiros. No ano passado, no primeiro levantamento realizado entre junho e agosto, mostrou que mais de 50% das pessoas que responderam a pesquisa relataram sentimento de nervosismo, ansiedade e tensão, dificuldade para relaxar e controlar as preocupações, sensação de cansaço e desânimo. O estudo tinha como objetivo avaliar os impactos do confinamento nos primeiros meses da pandemia. Quase um ano depois, e ainda em um cenário de crise social e sanitária, o que mudou na vida dos brasileiros?

    Esta é a pergunta que os pesquisadores buscam responder a partir desse novo estudo. A análise dos dados antigos e atuais, bem como a comparação com outros países, contribuirá para o planejamento e a melhoria das ações e políticas públicas voltadas à saúde da população brasileira. Para participar, basta ter mais de 18 anos, morar no Brasil e disponibilizar cerca de 10 minutos para responder a um questionário online disponível aqui.

    No Brasil, a investigação é conduzida por pesquisadores da Fiocruz Brasília, por meio do Núcleo de Epidemiologia e Vigilância em Saúde (Nevs) e do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Nusmad), e da Fiocruz Bahia, por meio do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs). O trabalho, contudo, integra um projeto internacional, do qual participam instituições de pesquisa do Chile, Equador, México, Peru e Espanha.

    O isolamento foi uma das medidas adotadas pelos países com o objetivo de reduzir a disseminação do vírus, evitar o estrangulamento dos sistemas de saúde, permitir o tratamento dos casos graves e evitar mortes. Entretanto, essas medidas são adotadas de forma gradual e distinta em cada país, e têm diferentes graus de adesão pelas populações e governos. Os resultados dessas medidas, portanto, dependem de características socioeconômicas, culturais e dos sistemas políticos e sanitários dos países. O Brasil, por exemplo, conta com uma potência que é o Sistema Único de Saúde (SUS), mas é também um país marcado por fortes contradições, desigualdades sociais e pobreza.

    Cerca de 15 mil pessoas – de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal – participaram da primeira edição da pesquisa realizada pela Fiocruz no ano passado. Elas responderam a perguntas sobre contexto social, situação do confinamento, condições de saúde, percepção de risco, experiências de convivência familiar, mudanças de comportamento, situações de trabalho e impacto psicológico.

    Dos participantes, mais de 80% disseram ter aderido ao isolamento social, mas cerca de um quarto já não estava mais em confinamento no momento da pesquisa. Para 46%, a situação de isolamento, de alguma forma, piorou sua situação de trabalho. Mais de 50% demonstraram muita preocupação de se infectar pelo novo coronavírus e um percentual ainda maior (70%) mostrou-se bastante preocupado com a infecção de algum familiar ou amigo.

    Os participantes eram, em sua maioria, dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, mulheres, com idade em torno de 44 anos, cor branca, ensino superior ou pós-graduação, renda acima de cinco salários mínimos e residência com características adequadas ao isolamento. “Esse perfil indica que a divulgação do questionário da pesquisa, infelizmente, não conseguiu alcançar as populações mais vulnerabilizadas, entre as quais as consequências da Covid-19 têm sido mais graves”, afirma Jakeline Ribeiro Barbosa, pesquisadora da Fiocruz Brasília e coordenadora do estudo no Brasil.

    Com a nova investigação, a equipe busca aprofundar a compreensão sobre as consequências da pandemia para uma melhor forma de enfrentá-las. Para participar, preencha o formulário online disponível em bit.ly/pesquisaimpactocovid19.

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