Fiocruz faz pesquisa domiciliar em Petrópolis para entender queda da adesão às vacinas
Equipes coordenadas pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) estão visitando residências de Petrópolis para colher informações sobre a vacinação de crianças nascidas nos anos de 2017 e 2018 para o “Inquérito de Cobertura Vacinal”, promovido pelo Ministério da Saúde. O objetivo é descobrir porque vem diminuindo a adesão às vacinas, problema que vem ocorrendo em todo país. As fake news podem estar entre as causas.
Durante a visita dos pesquisadores, será feita uma análise das cadernetas de vacinação para identificar quais vacinas as crianças receberam. Além disso, as famílias participantes devem responder a alguns dados. A meta é colher informações de 452 crianças petropolitanas.
Em Petrópolis, assim como na capital, a pesquisa é coordenada pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. Segundo Carla Domingues, membro da coordenação nacional do Inquérito e ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização, em decorrência da diminuição da circulação de diversas doenças imunopreveníveis (que podem ser prevenidas com a vacina), em função do próprio sucesso das ações de vacinação em todo o mundo, a prevenção vem sendo colocada em segundo plano. “Acreditando-se muitas vezes ser desnecessária”, explicou.
De acordo com ela, em 2019, a OMS considerou a “hesitação em se vacinar” como uma das dez maiores ameaças globais à saúde. “Como não existem mais casos de muitas dessas doenças, passam, então, a prevalecer as notícias da ocorrência de eventos adversos relacionados à vacinação. Surge daí o medo de que as vacinas causem reações prejudiciais ao organismo. Este tem sido um argumento usado por muitas pessoas para não se vacinarem ou não vacinarem seus filhos.
Outra questão, aponto a coordenadora do FioCruz, está relacionada ao aumento da disseminação de notícias falsas nas redes sociais, conhecidas como Fake News. “Frases com apelo emocional e apelativo, sem nenhuma evidência científica, amplamente compartilhadas nas redes sociais e aplicativos de mensagens acabam por confundir a população e criar um pânico em torno dos possíveis efeitos colaterais ou teorias da conspiração de que as vacinas foram criadas para ‘chipar as pessoas’, para aumentar o faturamento da indústria farmacêutica ou mexer no sistema imunológico dos indivíduos”, ressaltou. Segundo Carla, fakes news estão sendo apontadas pelo Ministério da Saúde como um importante motivo para a queda das coberturas vacinais no país.
Importante ressaltar que os entrevistadores estarão devidamente identificados com blusa e crachá da empresa Science, onde com os dizeres “Inquérito de Cobertura Vacinal” e logo SUS e Ministério da Saúde. Além disso, todos estarão com equipamento de proteção contra a covid-19. Eles também irão fotografar a caderneta de vacinação da criança.
Para garantir segurança aos entrevistados eles podem confirmar a existência da pesquisa usando o Disque Saúde, 136 ou ligando para a ouvidoria da Secretaria de Saúde de Petrópolis (24 – 2233-8888).