• Filas e horas de espera marcam votação de brasileiros em Portugal e outros países

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  • 03/10/2022 09:00
    Por Mara Bergamaschi, especial para o Estadão / Estadão

    A eleição em Portugal, em outros países europeus e nos Estados Unidos foi marcada pelas longas filas e horas de espera pelos brasileiros que moram fora do país. Em Lisboa, uma urna foi impugnada pela Justiça Eleitoral após um homem tentar votar duas vezes.

    Diante do grande afluxo de eleitores, que ficaram até 3 horas em uma fila quilométrica e ininterrupta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a extensão da votação em Lisboa até as 20h ( horário local, 16h em Brasília). Quando faltava meia hora para o encerramento da votação, o cônsul-geral de Lisboa, Wladimir Valler Filho, anunciou que ainda havia cerca de 4 mil eleitores na fila, cerca de 10% do total de votantes.

    Segundo o diplomata, o alto comparecimento foi surpreendente. O grande afluxo de eleitores e repetiu em várias capitais europeias, como Madri, Berlim e Paris. Segundo Valler Filho, o tribunal também autorizou a prorrogação de horário em Dublin, na Irlanda.

    A vontade de votar nessas eleições presidenciais, que gerou longuíssimas filas e atrasaram o encerramento da votação, pode ser exemplificado pelo comportamento da cuidadora Miriam Beltrão Fernandes, 53 anos. Há 15 anos em Lisboa, essa foi a a primeira vez em que não se absteve. “Estou votando pela primeira vez em Portugal; quis ficar em dia com obrigações e escolhi a Simone Tebet (MDB)”, revela ela, que é de Campo Grande (MS), terra da candidata. “Mas não é por ser minha conterrânea que voto nela, mas sim porque gostei do que ela fala”, afirmou.

    “Nunca vi tanta gente preocupada em se regularizar para votar”, reforça Gabriel Henrique Idalgo, doutorando, que está há 8 anos em Portugal, vindo de Sorocaba (SP). Eleitor de Lula, ele votou no Porto, segunda maior cidade do país, onde há mais de 30 mil eleitores brasileiros. No Porto, onde os ouvidos pelo Estadão não relataram episódios graves, não foi necessário prorrogar a votação. Como ponto negativo em 2022, Gabriel destaca “um clima de tensão, medo e cansaço, pelo menos entre os que votam na esquerda”.

    Eleitora também no Porto, Raquel Trinxel, capixaba, dona de casa e mãe de três crianças, votou em Jair Bolsonaro. “Sou a favor do livre mercado, de Estado mínimo, das liberdades individuais e totalmente contra ideologia de gênero e fui extremamente bem surpreendida pelo governo dele.”

    NÚMEROS

    Segundo o TSE, Lula teve 47,1% dos votos no exterior, com 87,9% das urnas apuradas. Bolsonaro ficou com 41,7%, Ciro Gomes, com 4,5% e Simone Tebet com 4,4%.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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