Festival da Música Petropolitana apresenta 10 finalistas; público decidirá três vencedores
Os 10 finalistas do Festival da Música Petropolitana já foram escolhidos e no próximo dia 15 (quinta-feira), serão anunciados em uma live, quando também se definirão os três vencedores. Assim como foi para a escolha dos finalistas, a decisão dos ganhadores também será do público, que poderá assistir as apresentações finais e votar. Ao todo, o festival atraiu a participação de 15.294 pessoas que escolheram, entre os 121 músicos inscritos no festival, os que estão nessa etapa final. Todo o evento é promovido em formato digital e a transmissão dos finalistas eleitos será pelo site do evento, onde também é possível ouvir as canções de todos os músicos que participaram.
Os três vencedores entre os 10 finalistas serão premiados com a gravação da música em estúdio, making of e assessoria para registro da música. O festival, realizado pela primeira vez na cidade, iniciou as inscrições em março e atraiu participantes de todas as regiões, iniciantes e profissionais. Além da rede social, a organização do evento espalhou cartazes por várias regiões da cidade, para atrair o maior número de músicos possível e de regiões diversificadas. Com isso, no apanhado dos 121 músicos inscritos, o festival conseguiu garantir uma pluralidade de estilos musicais.
No site, na playlist do festival, é possível verificar entre tantos estilos o samba, o hip hop, a música eletrônica, a MPB e outros. De acordo com a produção do festival, a ideia foi “incentivar quem faz um som próprio, quem tem aquela música engavetada e celebrar a cena local”. O principal critério para participar foi ser petropolitano. “O engajamento foi um sucesso! Vários músicos se movimentaram, amadores e profissionais. Viram no Festival uma grande oportunidade, especialmente com a pandemia e entraram no espírito de celebração”, destacou Cissa Borges, que assina a direção criativa do Festival.
No apanhado de músicas inscritas há gravações profissionais, amadoras, instrumentais, vários estilos e gêneros. Entre os participantes está o cantor Nega Preto, que apresenta seu estilo que mescla o rap a outros ritmos originários da música preta. Para o festival escolheu a canção “Pretos Lindos”, do recente álbum ‘Boiola Retint”. “Falo sobre a relação de pessoas pretas com seu lado masculino e feminino, assim como falo sobre a auto estima de pessoas pretas de uma forma divertida”, disse o artista, que foi o primeiro a fazer a inscrição no festival. “Gosto de iniciativas que unam artes diferentes. Vi músicos de vários estilos envolvidos, não conhecia a maioria e amei conhecer”, destacou.
O samba do José Raimundo, que artisticamente atende como “Mundico Sambero”, também marcou presença no festival. Um eterno sonhador, o petropolitano de coração que veio para a cidade aos três anos de idade, hoje com 73 anos, sempre gostou de cantar, mas nunca teve grandes chances de se apresentar. O Festival de Música Petropolitana foi para ele uma grande oportunidade. Apesar do amor pela música o ter acompanhado por toda a vida, somente após os 60 anos começou a estudar e a gravar os sambas de autoria própria. “Para mim foi muito bom participar. Foi uma boa experiência. Petrópolis é rico de talentos e eu sinto orgulho de morar nesta cidade”, destaca.
Evento promete entrar para o calendário da cidade
Com o grande número de engajamento, tanto de músicos quanto de público em conhecer os trabalhos e votar nos preferidos, o evento tem grande chance de entrar para o calendário de atrações que destacam as atividades artísticas da cidade.
O projeto de autoria da Cria Local foi contemplado pela Lei Aldir Blanc, edital Retomada Cultural. De acordo com a organização, a inspiração para a criação do evento vem dos aclamados Festivais da Música Popular Brasileira que movimentaram o cenário musical do país na década de 1970, quando parte do evento foi televisionado e ganhou o afeto e a memória de muitos brasileiros. Através deles grandes nomes como Chico Buarque, Jair Rodrigues e Elis Regina ganharam projeção nacional.
“Em qualquer projeto da Cria Local a cidade é protagonista. Um concurso local de música é divertido, cai no boca a boca e a competição sadia acaba sendo um gatilho para a criatividade”, comenta Douglas Bento, idealizador do projeto. “Recebemos inscrição de talentos bem jovens até de um sambista de 83 anos. Ver as pessoas engajadas, orgulhosas em fazer parte é emocionante. Essa diversidade e o espírito de celebração marcam o Festival”.