• Fed espera inflação nos EUA em alta em nível desconfortável por ‘algum tempo’

  • 17/08/2022 16:00
    Por Letícia Simionato e Gabriel Bueno da Costa / Estadão

    Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avaliam que a inflação deve seguir alta em um nível desconfortável por “algum tempo”. A avaliação está na ata da reunião de política monetária mais recente do da instituição, publicada nesta quarta-feira, 17.

    “Os dirigentes observaram que a inflação permaneceu inaceitavelmente alta e bem acima da meta de longo prazo de 2%. À luz da leitura alta do CPI para junho, os dirigentes ainda notaram que a inflação do PCE provavelmente teria aumentado ainda mais naquele mês. Eles também concordaram que as pressões inflacionárias eram de base ampla e havia pouca evidência até o momento de que as pressões inflacionárias estavam diminuindo”, diz o texto, ao mencionar o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e o índice de preços de gastos com consumo (PCE), este a medida de inflação preferida do Fed.

    Ainda segundo o documento, os membros do BC americano notaram que a guerra na Ucrânia e os eventos relacionados estavam criando uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesando sobre a atividade econômica global.

    Por outro lado, os bloqueios contra a covid-19 da China afetaram as cadeiras de suprimentos “modestamente”.

    Já os gargalos de oferta continuam a pressionar os preços, sendo que houve sinais de melhora gradual.

    Diante desse cenário, os dirigentes ressaltaram que estão bastante atentos aos riscos para a inflação. “Eles esperam que o adequado fortalecimento da política monetária e um eventual alívio dos desequilíbrios de oferta e demanda trariam a inflação de volta a níveis consistentes com o objetivo de longo prazo do Comitê e manteriam as expectativas de inflação de longo prazo bem ancoradas”, traz o documento.

    Entre os participantes do mercado, pareceu haver uma moderação da inflação. No entanto, os investidores parecem estar cada vez mais atentos aos riscos de baixa para a economia, à luz de choques externos e das contínuas surpresas ascendentes da inflação, aponta a ata.

    Já o staff considerou que os riscos para a projeção de inflação estavam voltados para cima, dadas as persistentes surpresas ascendentes observadas nos dados de inflação.

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