• Febre amarela: melhor forma de prevenir é evitando a proliferação de mosquitos

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 22/01/2017 08:45

    O surto de febre amarela no estado de Minas Gerais ainda não é motivo de preocupação para os municípios do Rio de Janeiro. De acordo com especialistas, apenas deve se preocupar quem for viajar para os locais onde há incidência da doença. Para estas pessoas, a Secretaria de Saúde de Petrópolis disponibiliza a vacina nos postos de saúde. A cidade não registrou nenhum caso de febre amarela, então não é necessária a campanha de imunização em massa. O estoque da vacina é de 300 doses por ano. Em Minas, onde foram confirmados 25 óbitos e 71 estão em investigação, foram enviadas mais de 2 milhões de doses extras contra febre amarela. Outras 350 mil serão encaminhadas no início da próxima semana. 

    O médico infectologista Antônio Luiz Chaves Gonçalves, professor titular da disciplina de infectologia da Faculdade de Medicina de Petrópolis FMP/ Fase, explicou que a febre amarela é transmitida pelo Aedes Aegypti, mesmo mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya. Então uma das formas de prevenir a febre amarela, embora ele acredite que não há risco de surto em Petrópolis, é evitando a proliferação do mosquito. Ou seja, evitando deixar água parada em recipientes, não deixando a caixa d'água exposta e também limpando com frequência as calhas. “Mesmo que alguém venha para a cidade infectado, se não houver a proliferação do Aedes, a doença não vai progredir”, comentou. 

    O infectologista afirma que o surto em Minas ainda não preocupa, mas que a população deve estar atenta. “No Rio de Janeiro ainda não há indicação para vacinação em massa, a não ser para as regiões Norte e Noroeste, que fazem divisa com as áreas onde há surto. Dessa forma, será feito um bloqueio da doença, o que evita que ela se alastre para outras regiões”. 

    A epidemia em Minas Gerais ele disse que foi provocada porque o homem entrou na mata, uma vez que foram registrados também óbitos de macacos naquela região. “A febre amarela é uma doença da área silvestre. Desde 1942 não temos registro dela na área urbana”, afirmou. Ele revelou ainda que por conta do turismo ecológico muito presente em Petrópolis, foram registrados no ano passado, casos de malária contraídos na cidade. “Essas doenças são provocadas por um desequilíbrio ecológico”.

    Com a proximidade do Carnaval, época em que há uma circulação maior de pessoas de um estado para o outro, o especialista alerta que o perigo é maior para áreas onde há maior proliferação do Aedes Aegypti. Ou seja, se uma pessoa sai de Minas, infectado por febre amarela, e vai para o Rio de Janeiro em regiões onde há a presença significativa do mosquito, pode haver uma contaminação maior pela doença. Mas ele acredita que é mais provável que nessa época aumentem os casos de Dengue, Zika e Chikungunya. “Estas são doenças que já estão na cidade”. 

    Os sintomas da febre amarela são: febre alta, dores musculares e na cabeça. Segundo o especialista a maior parte dos casos é de febre aguda, que dura de sete a oito dias, mas sem complicação e que podem ser tratados com analgésicos e muita água. Apenas 20% desenvolvem uma forma mais grave que atacam o fígado ou os rins e exigem internação e cuidados intensivos. 

    A vacina contra a doença é recomendada para crianças com mais de 9 meses de idade. Mas por medida de proteção, se a família for viajar para as áreas onde há alto índice da doença, o bebê pode tomar a partir de 6 meses. Fazem parte do grupo de risco para a imunização, pacientes em tratamento contra o câncer, ou fazendo uso de corticoides em grande quantidade. Portadores de Aids, Lúpus, artrite e maiores de 65 anos também são considerados como de alto risco, pois possuem uma imunidade mais baixa. 

    Últimas