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  • 21/07/2021 08:00
    Por Fernando Costa

    Guardo no arquivo ao lado esquerdo do peito as palavras de meu amado amigo e pai espiritual, Dr. Jorge Ferreira Machadoquando discorríamos sobre o poder da oração em consonância aos cuidados médicos.

    Neste diapasão abordo o tema sem conotação científica, técnica ou filosófica. Um caminhar entre a seara humana e a Divina. E questiono qual a relação entre a oração e à medicina?

    O que afinal têm em comum? Rezar ajuda a minorar o sofrimento, resolve problemas de saúde? Posso assegurar que a oração serve de pálio, arrimo e sustentáculo em minha vida.

    Ela restaura minhas forças, restabelece meu ânimo, renova minha esperança. Nem por isso deixo de lado as visitas rotineiras ao médico, criatura dotada das virtudes e conhecimento para curar e prevenir doenças.

    Por ocasiões das enfermidades físicas e espirituais as orações nos possibilitam maior equilíbrio, serenidade para convivermos com a realidade e paz até na hora derradeira, até porque o dom da vida é Divino, portanto, lutar pela vida é um dever. É público que a religião e a medicina acompanham a humanidade desde as primícias dos tempos. 

    Questiona-se sobre a interferência favorável e desfavorável da religiosidade no curso do tratamento.

    O Brasil, pela miscigenação onde predominam as influências da cultura africana, indígena e portuguesa, deu origem a um povo que traz  desde  sua origem forte influência religiosa.

    A guisa de tênue idéia, no país há cerca duas centenas de grupos religiosos, segundo dados do IBGE.

    Além desses grupos há que considerarem-se pessoas que não seguem nenhuma denominação religiosa, nem por isso deixam de ter fé e confiança em suas súplicas. Certo é que as dores, conflitos e incertezas são enfrentados com mais força se embasados nas orações.

    Lembro-me com saudades das aulas de Bioética, ministradas pelo Frei Moser, e também das memoráveis preleções apresentadas pelo Guardião Frei Fernando Lima, no Instituto Teológico Franciscano, na década de noventa, ocasião em que este articulista junto do querido médico Dr. Jorge Ferreira Machado cursamos Teologia.

    Ele me dizia que no ponto de vista da ética médica,  a preservação da vida e da saúde, é condição precípua no exercício profissional da medicina, que com toda autonomia propõe medidas terapêuticas a seus pacientes.

    No entanto, as crenças culturais e religiosas, muita das vezes, conflitam-se na aceitação do tratamento. Quando há risco de morte, os procedimentos tradicionais são ministrados sob proteção legal.

    Queira ou não o paciente. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e a Carta Magna do País, de 1988, pontificam a liberdade do culto religioso. Mas que a fé e as orações são fundamentais, disso não tenho dúvida. As orações são bem-vindas para a cura.

    Se o paciente está preparado espiritualmente, se suas preces intercessoras são feitas antes das intervenções cirúrgicas, normalmente o resultado é positivo, fortalecendo o elo entre a medicina e a religião.

    Está comprovado de que as chances de cura das pessoas que têm fé são maiores do que àqueles que vão para a mesa de cirurgia desanimados e sem esperança.

    Há de se ressaltar que até para aquele que está em seu momento  de transição e ainda para os que sofrem a dor da perda, se alicerçados na fé, conseguirão ultrapassar o vale das sombras e os que ficam, aprendem a conviver com essa realidade com maior resignação porque lhes resta a certeza da vida eterna.

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