• Fashion Revolution, maior movimento ativista de moda do mundo, completa dez anos com programação de 10 dias em Petrópolis

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  • Por Aghata Paredes

    Todo o ano, durante a semana do dia 24 de abril, são realizadas ações para incentivar as pessoas a questionarem suas marcas favoritas sobre a produção de suas roupas, ou seja, como e por quem elas são feitas. Esse movimento global foi proposto pela Fashion Revolution, uma ONG mundial, sem fins lucrativos, presente em 100 países, criada após o desabamento do Edifício Rana Plaza, em Bangladesh, que abrigava fábricas têxteis e que matou mais de 1.100 pessoas e deixou mais de 2.500 feridos.

    Em Petrópolis, desde 2020, a representante local, Camila Filardi Leal, lidera um núcleo de voluntários e parceiros para provocar reflexões e mudanças na maneira como se consome, além de levantar questões sobre o meio ambiente e o impacto que a indústria têxtil tem no planeta e nas vidas de todas as pessoas, especialmente nas de quem trabalha no setor. 

    Foto: Divulgação/Moda Consciente Petrópolis

    Questionada sobre a importância de debater questões relacionadas ao consumo e descarte consciente na contemporaneidade, a representante petropolitana destaca que o setor da moda precisa ser incluído na agenda política.

    “Para os trabalhadores do setor, ela [a indústria da moda] pode significar a falta de salários dignos com a desvalorização da mão de obra por trás da produção de nossas roupas e acessórios. Com cerca de 80% de trabalhadoras mulheres no setor, a violência e desigualdade de gênero são grandes impedimentos para que a moda, que é majoritariamente consumida pelo mesmo público, forneça trabalho digno às mulheres. A indústria atual também contribui para a perpetuação do trabalho análogo ao escravo, o desmatamento e a poluição tanto da produção quanto do hiper descarte de peças feitas com baixa qualidade e vendidas a preços muito baixos, aumentando o estímulo ao consumismo. Um relatório aponta que a cada segundo no mundo, um caminhão de resíduos têxteis é jogado em aterros sanitários ou incinerados. Em um momento em que estamos vivendo catástrofes ambientais a todo tempo, precisamos fazer escolhas que queremos para o mundo, isso inclui o que compramos e de quem compramos, além de que o setor da moda precisa ser incluído na agenda política com a mesma seriedade que seus danos causam”, conclui.

    As ações serão promovidas a partir desta segunda-feira, 15 de abril, até o dia 26 no Centro de Cultura Raul de Leoni (Praça Visconde de Mauá, nº 305 – Centro) e em outros locais da cidade, como Museu do Artesanato, CCLGBTI, Casa dos Conselhos, Praça da Liberdade, Palácio de Cristal, Obelisco, CEFET e Orgânica Moda, envolvendo governantes, sociedade civil, líderes comunitários, estudantes, acadêmicos e a própria indústria da moda. Toda a programação é gratuita e aberta ao público interessado.

    Com iniciativas que vão desde oficinas e workshops até campanhas ativistas, o objetivo é incentivar a transparência, a ética e a sustentabilidade em toda a cadeia de produção da moda. “É a oportunidade para questionar as práticas convencionais da indústria atual e impulsionar mudanças em direção a um modelo de produção que assegure os direitos humanos e da natureza”, explica Camila Filardi Leal.

    Um dos destaques da programação é “Dia da Manualidades na Rua”, que acontecerá no dia 20 de abril, na Praça da Liberdade. O intuito é desafiar a mentalidade descartável da indústria da moda, a fim de colocar a atenção na importância do fazer manual, um trabalho desvalorizado cultural e economicamente.

    Confira a programação completa:

    15 de abril (segunda) – Centro de Cultura Raul de Leoni

    18h – Palestra de abertura
    19h – Versissage “Vozes negras: uma exposição de arte e expressão”

    16 de abril (terça) – Centro de Cultura Raul de Leoni

    19h – Círculo de diálogo: negritude na moda

    17 de abril (quarta) – Museu do Artesanato (R. Coronel Veiga, nº 1734)

    18h – Histórias de roupas

    18 de abril (quinta) – CCLGBTI (Av. Dom Pedro I, nº 340) e Centro de Cultura Raul de Leoni, respectivamente

    15h – Roda de conversa Ballroom

    18h – Cine debate “O Ponto Firme”

    19h de abril (sexta) – Casa dos Conselhos (Av. Koeler, nº 260)

    14h – Oficinão coletivo

    20 de abril (sábado) – Praça da Liberdade

    10h – Dia das Manualidades na Rua

    21 de abril (domingo) – Palácio de Cristal (R. Alfredo Pachá, s/nº)

    17h30 – Baile do Pixo

    22 de abril (segunda) – Obelisco (Rua do Imperador, nº 553)

    18h – Projeção Urbana

    24 de abril (terça) – CEFET (Rua do Imperador, nº 971)

    18h – Diversidade na moda: inclusão e conscientização

    25 de abril (quarta) – CCLGBTI (Av. Dom Pedro I, nº 340)

    15h – Dinâmica “Ponto sem nó”

    26 de abril (quinta) – Orgânica Moda (Rua Professor Stroeller, nº 428)

    15h – Oficina de pintura manual com tintas botânicas

    Mais informações sobre a Semana Fashion Revolution: https://fashionrevolutionbrasil.org/semanafashionrevolution/ ou sobre a programação em Petrópolis: https://www.instagram.com/modaconscientepetropolis/

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