• Fantasias Florais: uma mostra sensível da artista Regina Julianele

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • Por Aghata Paredes

    “Arte é algo que traduz a emoção do mundo”, é assim que a artista Regina Julianele, 71 anos, define essa palavra. A mostra “Fantasias Florais”, nome que surgiu a partir de sua admiração pelo artista Emil Nolde, é uma oportunidade de admirar a sensível combinação de formas e cores de sua arte botânica. 

    Regina entrou para a Escola de Belas Artes, no Rio de Janeiro, aos 17 anos. Ainda como estudante, na década de 70, ela começou a fazer ilustrações para diversos veículos de comunicação. Em 1985, ela passou a desenhar mapas, blocos-diagramas, capas e ilustrações geográficas de todos os tipos para publicações do Departamento de Recursos Naturais do IBGE. Depois disso, a artista iniciou sua trajetória no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foi quando ela passou a se interessar pela ilustração botânica e descobriu o concurso da Bolsa Artística do Kew-Jardim Botânico de Londres.

    Foto: Divulgação – Uma das obras da mostra “Fantasias Florais”, intitulada de Hibisco Azul

    Nessa época, em 1994, Regina havia ingressado no curso de Mestrado em História da Arte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e estudava Antropologia da Arte. Nesse mesmo período, a artista participou do concurso da Fundação Margaret Mee, artista botânica inglesa que desbravou a Floresta Amazônica pintando belíssimas flores. Depois de duas tentativas, Regina venceu o concurso e obteve licença para cursar durante sete meses as aulas no Royal Botanic Gardens- Kew. Um sonho transformado em realidade, segundo ela.

    Um ano antes de ganhar a bolsa, ela conta que foi apresentada a Roberto Burle Marx – um grande incentivador da artista. “Ele foi maravilhoso comigo. Sempre fui batalhadora em meus objetivos e isso me ajudou a conquistar a sua estima”, comenta. Roberto faleceu em 1994, mesmo ano em que Regina viajou à Inglaterra. Com carinho, ela recorda uma frase do amigo: “Gosto de árvores e arte.”, ele dizia.

    “Pintar plantas é mágico, porém a ilustração botânica detém o rigor do desenho científico. Escala, cores, detalhes…tudo exatamente como descrição sistemática das espécies. Aquela descrição que a ciência botânica, pela palavra, não consegue resolver, a ilustração chega em auxílio, elaborando um desenho minucioso do espécime.”

    Regina retornou ao Brasil em 1995, completou o mestrado e foi dar aulas na PUC para o Curso de Design. Ministrando aulas de Teoria da Cor, a artista aperfeiçoou seu próprio conhecimento e gosto pelas cores e pela arte. 

    Em 2012, Regina se aposentou indo morar numa casa em Itaipava. Ao se referir à cidade, o carinho é imediato: “Petrópolis mudou minha vida. As pessoas ainda pedem licença para pegar seu dinheiro quando você faz uma compra. Tem muita beleza aqui!”, comenta. Regina conta que, desde que se mudou, começou a pintar de forma autodidata em um atelier construído pelo marido. 

    “Verão Amarelo” por Regina Julianele, disponível na mostra “Fantasias Florais”

    A abertura da mostra “Fantasias Florais” será amanhã, sábado, às 14h, na Galeria Cultural do Shopping Estação Itaipava. 

    Horário de visitação:

    Quarta a Domingo das 13h às 19h

    Últimas