Famílias manifestaram nesta quinta-feira sobre a paralisação dos serviços do GAAPE
Mais de 15 famílias dos pacientes atendidos pelo Grupo Amigos dos Autistas de Petrópolis (GAAPE) realizaram uma manifestação, na tarde de ontem, em frente à sede da Prefeitura. A manifestação foi marcada após o GAAPE anunciar a paralisação dos serviços da instituição por sete dias por conta de atrasos nos pagamentos. Embora a Prefeitura tenha acertado os repasses referentes a julho e agosto nesta semana, segundo a direção, os valores estão defasados diante da realidade da instituição. Por isso, o objetivo do grupo era solicitar a revisão dos valores.
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O ato foi organizado pelas famílias, mas contou com o apoio dos profissionais e da direção do GAAPE. A fundadora do grupo, Márcia Loureiro, disse que todos os repasses tanto da Secretaria de Educação quanto da Secretaria de Assistência Social, referentes a julho e agosto, foram regularizados. Ainda assim, uma profissional teve de ser demitida durante o período e, segundo ela, o cenário adequado seria uma renegociação desses repasses para viabilizar a continuidade dos serviços. “Nosso ato é pacífico, uma comunhão entre a instituição e as autoridades, da maneira que deve ser feita. Queremos que a Prefeitura entenda que tivemos que demitir alguns funcionários por conta dos atrasos, e que agora para restituí-los precisamos adequar os números. Isso sem contar que os nossos profissionais possuíam poucos direitos, e isso é algo que temos que rever também. Queremos que o que for possível seja feito”, afirma Márcia.
Na semana passada, a GAAPE havia anunciado que as atividades seriam suspensas por sete dias devido aos atrasos nos salários por parte da Prefeitura. Além disso, a Fundação para Infância e Adolescência (FIA) também não faz os repasses há nove meses. Segundo a representante do grupo de mães do GAAPE, Kelly Cristina Andrade, de 47 anos, o atraso no valor dos repasses prejudicou o grupo significativamente nos últimos meses. “O valor per capita não é suficiente para manter todos os profissionais e o atendimento adequado aos pacientes. As funcionárias, inclusive, possuem pouquíssimos direitos, já que não recebem 13º salário, vale-transporte, etc. É por tudo isso que estamos fazendo esse protesto, mas claro, de maneira pacífica”, declarou.
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O grupo atende, atualmente, 140 crianças e adultos com espectro autista. Até o início desta semana, pelo menos oito profissionais estavam sem receber os salários desde janeiro – verba que vinha do governo estadual. Na última sexta-feira, uma fisioterapeuta que fazia parte do quadro de funcionários há 11 anos, pediu demissão por não sustentar mais a situação e, sem os salários dos últimos dois meses, o GAAPE foi obrigado a paralisar as atividades para buscar à solução junto à Prefeitura. “Meu filho teve uma melhora muito grande depois que começou a frequentar o GAAPE. Tem crianças que tem um grau de autismo severo. Dependendo do atendimento, se ficar sem, a criança pode regredir o que foi conquistado ao longo dos anos. A situação está complicada, mas não vamos desistir”, lamenta a mãe de um dos assistidos, Gisele Borges.
Em nota, a Prefeitura disse que vai avaliar a proposta do grupo e dará uma resposta em até uma semana. O GAAPE vai retomar as atividades na próxima segunda-feira (9) e aguarda por um posicionamento até o dia 13 de setembro.