• Famílias do Vale do Cuiabá ainda não encontraram seus parentes

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  • 14/01/2016 20:45

    Noventa famílias da Região Serrana ainda não sabem o que aconteceu com seus parentes, na noite de 11 de janeiro e madrugada de 12 de janeiro. Elas desapareceram depois da tragédia da enxurrada que destruiu bairros inteiros e matou centenas de pessoas. 

    A Comissão Especial das Chuvas de 2011, instituída pela Câmara Municipal, divulgou relatório, ontem, em que relaciona os números da tragédia: Em toda a Região Serrana houve um total de 918 mortos, além de 377 pessoas consideradas desaparecidas. Desse número, 119 morreram, 168 foram localizadas com vida e outras 90 ainda não foram encontradas.

    O documento, assinado pelo vereador Silmar Fortes, presidente da Comissão, informa que, na Região toda, cerca de 30 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas e que destas, ainda há 2.628 famílias que esperam a construção de casas, muitas delas recebendo o aluguel social pago pelo estado ou pelos municípios.

    A Comissão Especial das Chuvas de 2011, presidida por Silmar, finalizou no início deste mês o relatório das reuniões de 2015 que acompanham as ações do poder público no auxílio às vítimas das chuvas de janeiro de 2011. No ano passado, o grupo realizou seis audiências públicas, detalhadas no relatório, nas quais podem ser observadas a constante dificuldade de fazer com que os Poderes Executivos cumpram o seu papel de prestar assistência às vítimas dos desastres ocorridos no Vale do Cuiabá, localidade de Petrópolis que mais sofreu com as chuvas.

    O vereador retornou ao Vale do Cuiabá na última terça-feira, data em que a maior tragédia climática da história do país completou cinco anos. “Nesta primeira visita de 2016, pudemos identificar que as obras das calhas dos rios ficaram paralisadas por muito tempo. Notamos uma lentidão muito grande também em relação à construção do posto de saúde. O terreno foi desapropriado, porém as obras ainda não tiveram início. 

    Silmar Fortes destacou ainda que pouco foi feito em relação ao meio ambiente e saneamento básico. “Poucas áreas foram reflorestadas. A segunda etapa das obras das calhas dos rios está parada. Já em relação ao saneamento básico nada foi feito na região. Os canos seguem depositando o esgoto in natura nos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão”, disse o vereador. 

    Silmar reiterou a importância da continuidade do trabalho da Comissão, que no ano de 2015 cobrou de diversas entidades, por meio de ofícios, os relatórios das atividades e ações desenvolvidas na região, entre elas a concessionária Águas do Imperador, Inea (Área Social, Gerência de Obras e Superintendência Petrópolis), Viva Rio Socioambiental, Caixa Econômica Federal – Petrópolis, Comdep, Secretaria Estadual de Obras e as secretarias municipais de Meio Ambiente, Obras, Habitação, Proteção e Defesa Civil, e Trabalho Assistência Social e Cidadania. Foi solicitada ainda pela Comissão a cópia do ofício enviado pela prefeitura à Caixa Econômica Federal, solicitando o terreno do bairro Mosela, doado pelo Governo do Estado ao programa Minha Casa, Minha Vida, e que seria utilizado para a construção de unidades habitacionais. Conforme consta no relatório da comissão, nenhuma das respostas foi enviada.

    “A Comissão das Chuvas tem feito o trabalho dela, que é o de fiscalizar e acompanhar todo o processo do trabalho realizado no Vale do Cuiabá. Notamos a dificuldade de os poderes constituídos participarem para que possamos fazer um processo de construção coletiva e observamos ainda que há um esvaziamento pelas instituições e secretarias que quase não comparecem às reuniões, pelo fato de não terem resposta ou porque não há trabalho”, finalizou Silmar Fortes.  

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