Na manhã desta terça-feira (12), cerca de 30 pessoas do Morro da Oficina realizaram uma manifestação na Praça D. Pedro II, reivindicando o pagamento da compensação financeira do terceiro e quarto lotes. O pagamento, que deveria ter sido realizado há 10 dias, está em atraso.
A manifestação teve início às 9h e, na sequência, os manifestantes seguiram para a Prefeitura, onde se reuniram com representantes do governo municipal, para cobrar respostas sobre o atraso nos pagamentos. Na ocasião, os moradores foram informados que na próxima quinta-feira (14), haverá uma reunião entre a Defensoria Pública e a Prefeitura e, em seguida, as famílias serão convocadas novamente para realizar um novo acordo.
De acordo com Sara Ferreira, proprietária de uma residência na Rua Hercília Moretti, e que agora mora em Paraíba do Sul, o valor do terceiro lote deveria ter sido depositado no dia 30 de agosto, e do quarto lote no dia 1° de setembro, mas os depósitos não foram efetuados.
Ainda segundo Sara, mais de 20 famílias correm o risco de perder as casas que compraram, caso os pagamentos não sejam efetuados esta semana. “A gente tenta entrar em contato com a Prefeitura, mas infelizmente ninguém fala nada. Não dão uma resposta sobre o dia certo que o pagamento será feito. Caso o pagamento não caia, eu e a maioria das pessoas vamos perder essas casas, pois assinamos o contrato e temos prazo para pagar. Eles falaram que já tinham o dinheiro e agora nos deixam sem resposta”, contou.
“Hoje somos 80 famílias do Morro da Oficina que estão sem receber a compensação financeira, desde o dia 30. Queremos uma resposta de onde está o nosso dinheiro. A gente depende dele para pagar nossas casas, e ninguém nos dá uma satisfação”, conta Michele Ramos, que vivia na Rua Hercília Moretti com 4 filhos, dentre eles, um menino autista, de três anos de idade.
Relembre o caso
Como noticiado pela Tribuna na última semana, as famílias do Morro da Oficina, atingidas pela tragédia de fevereiro de 2022, informaram o atraso nos pagamentos da compensação financeira do terceiro e quarto lotes.
De acordo com a Defensoria Pública, das 245 famílias envolvidas, aproximadamente 120 ainda não receberam os pagamentos. Diante do atraso, foi realizada, na última quarta-feira (06), uma reunião com a Prefeitura de Petrópolis para acordar um novo cronograma de pagamento das famílias, vítimas das chuvas e que ainda não receberam a indenização acordada com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
No novo cronograma, o município planejava pagar de sete a oito famílias por semana, para quitar todas as pendências. Como condição, a Defensoria impôs que a Prefeitura firmasse acordo com cerca de 35 famílias que ainda não tiveram a oportunidade de assinar o TAC.