• Famílias de bebês mortos no HAC fazem protesto e cobram justiça

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  • 10/07/2018 09:00

    Familiares dos dois bebês que morreram recentemente durante o parto no Hospital Alcides Carneiro realizaram um protesto na tarde dessa segunda-feira (9). Eles cobraram justiça e denunciaram a demora na realização da cesariana, o que teria sido concedido apenas depois de muito esforço das duas vítimas para que tivessem os filhos via parto normal. Nos dois casos, os bebês já nasceram mortos, pesavam mais de 4 kg e não tinham passagem para nascerem de maneira convencional.

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    Com cartazes cobrando o cumprimento de medidas eficazes para a redução nos números de mortes de crianças durante o nascimento, assim como mais cuidado com as futuras mães, os petropolitanos se vestiram de preto em sinal de luto. Quem viveu na pele o drama de perder o próprio filho reivindica explicações por parte da unidade hospitalar.  “A gente está aqui pra cobrar justiça. A dor da perda é muito grande e a gente não quer que isso aconteça de novo.”, diz Maria Caroline Leandro Pereira, que perdeu sua esperada Catarina no dia 29 de junho. “É importante pra que isso não seja o drama de outras famílias. Por esse motivo estamos aqui”, explicou o marido Douglas Cunha Firmino de Paiva. 

    Daniela Freitas, que é tia da outra mãe que perdeu o seu filho na unidade, diz que a sobrinha ainda está muito abalada e que, além da dor que fica no interior, existem os problemas físicos que foram causados durante a internação. “Justiça não é vingança. O que nós queremos é, pelo menos, a esperança de que isso mude. As mães devem ser amparadas não depois, mas antes do problema acontecer. Não recebemos amparo algum de prefeitura, hospital e agora também não faz diferença pra nossa família, pois perdemos a confiança no trabalho realizado”. 

    Cerca de cinquenta pessoas estiveram reunidas no ato de protesto que se concentrou na Praça do Corrêas e seguiu até o Hospital Alcides Carneiro, onde o objetivo era ser atendido por algum representante da diretoria da unidade. De acordo com Alessandra Cunha Roza, prima de uma das vítimas, após algumas horas de discussão, dois representantes de cada família foram recebidos por um diretor do hospital, que demonstrou apoio e se colocou à disposição. Agora, ambos aguardam os próximos passos para verificar as conclusões do que aconteceu. 

    A prefeitura informou por meio de nota que a direção do HAC apresentou às famílias as investigações, feitas pela direção técnica da unidade, para apurar as causas das mortes dos bebês. De acordo com a nota, essa é uma medida adotada em todos os casos similares. A prefeitura também informou que, de acordo com a apuração das comissões sindicantes do hospital, as duas investigações não apontaram para negligência médica e, em ambos, a maternidade não registrava sobrecarga. Os processos foram encaminhados para parecer da comissão do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ).


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