• Famílias continuam sem receber o aluguel social

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  • 09/07/2016 09:50

    O drama das famílias que dependem do aluguel social em Petrópolis não acabou. Apesar do Governo do Estado ter anunciado que o pagamento referente ao mês de maio seria depositado a partir da última quarta-feira (6), várias famílias ainda não receberam o benefício, e estão sofrendo sérias consequências em função da falta do repasse. Teve gente que foi até despejada por não pagar o aluguel. E as poucas famílias que receberam o valor de maio já estão preocupadas com o aluguel de junho, que era para ter sido depositado ontem.

    A dona de casa Maria Isabel Bonifácio, de 56 anos, até hoje não viu nem sinal do dinheiro referente ao mês de maio. “Imagine só, você tem três filhas, duas netas para criar e metade da sua família perde a casa numa tragédia. Foi muito triste. Aí como se já não bastasse isso tudo, vem meia dúzia de políticos, promete um monte de coisa, diz que a gente vai receber o aluguel social até que nossas casas fiquem prontas. E depois de três anos a nova casa não saiu do alicerce e a gente para de receber o benefício. Para onde vamos?” explicou, desabafando. Isabel, que morava na Rua Otto Reymarus, na localidade de Lagoinha, no bairro Morin, também não culpa o locatário do imóvel. “O dono da casa onde moro atualmente tem duas filhas e uma netinha. Ele precisa do dinheiro do aluguel. E se eu não estou conseguindo pagar desde abril, ele está certo em ficar chateado e ter que tomar outras providências. Apesar de todos nós sermos humanos, ele precisa para sustentar a família dele. Olha só que situação que o governo nos colocou”, completou. 

    A filha de Isabel, que tem uma criança de 2 anos, também está na mesma situação. “Eu morava do lado da minha mãe e estou vivendo a mesma história. Antes eles tivessem nos deixado na nossa casa, onde teve a tragédia. Porque só muda o jeito, mas a tragédia para a gente continua!”, desabafou.

    Além do pagamento de maio não ter sido feito para todas as famílias que dependem do aluguel social, a mensalidade de junho que estava prevista para ser paga na tarde de ontem também não foi contabilizada. “Eles estão brincando com a gente. Quando você pensa que está melhorando aí vai e a história se repete. Eles vão pagando em migalhas e a gente fica se sentindo caloteiro, sem pagar o aluguel pro locatário. O problema é que esse é um direito nosso. Se a gente deixa de cumprir com o nosso dever, a gente é punido. Por que então eles não são punidos quando nos retiram o direito?”, questionou Angela Diniz.

    Maria de Lurdes de Oliveira passa por uma situação parecida. Adona de casa mora com sua filha e cinco netas numa casa na rua Capitão Paladini, bairro São Sebastião. Ela está sem conseguir pagar o aluguel desde maio. “Eu paguei em abril, e desde então o dinheiro não chegou mais. Não sei o que fazer. Tenho cinco netos para criar e minha filha também mora comigo. Quero meus direitos, já que tiraram minha moradia” completou. Lurdes morava na rua Custódio Ferreira da Costa, no mesmo bairro que mora atualmente, e teve sua casa interditada na tragédia de março de 2013. Desde então ela mora de aluguel e depende do benefício do governo estadual, até que sua nova moradia seja construída. 

    No fim da tarde de ontem, famílias em situações semelhantes fizeram mais uma manifestação, promovendo uma passeata pela Rua do Imperador, para reivindicar o pagamento do benefício. 

    Até o fechamento dessa edição, o governo não havia se pronunciado sobre o assunto.

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