A família do jornalista petropolitano Bruno Guedes, de 40 anos, criou uma vaquinha on-line para custear um medicamento negado pelo plano de saúde. Bruno luta contra um tumor cerebral desde 2021 e precisa de um remédio, chamado Sunitinib, que custa R$ 24 mil.
Em abril de 2021, Bruno foi internado devido a um tumor na cabeça, com a necessidade de uma cirurgia de urgência. A intervenção cirúrgica foi realizada um mês após a internação, com uma liminar que autorizou o uso de um neuronavegador, que o plano de saúde não permitia inicialmente. O período pós-cirúrgico foi difícil por conta de restrições da covid-19 no hospital impedirem acompanhamento constante, além de outras questões que precisavam ser resolvidas.
Após a primeira cirurgia, o tumor voltou a crescer e foi necessária a realização de um novo procedimento cirúrgico, em março deste ano, já com outro plano de saúde, que também negou o uso do neuronavegador, mas o procedimento foi realizado mesmo assim. Três dias depois, a confirmação da negativa chegou, com o hospital não tendo recebido o pagamento pelo uso do equipamento e ameaçado cobrança judicial. Atualmente existe um processo em andamento contra o hospital e o plano de saúde, com valor de cerca de R$ 51 mil em disputa.
De acordo com a ouvidoria do plano, a negativa foi baseada no fato da tecnologia de neuronavegação não fazer parte do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde.
Após a segunda cirurgia, foi iniciada a radioterapia, finalizada em abril. Em junho, Bruno retornou ao trabalho, mas em menos de um mês, teve uma recaída com quadro de depressão e perda de memória recente, levando ao afastamento da atividade profissional e ao início do benefício do INSS por tempo indeterminado. Após o ocorrido, exames específicos foram realizados e remédios especiais solicitados pelos médicos, como o Sunitinib, com negativas do plano de saúde, alegando que os procedimentos não fazem parte do rol da ANS.
Com isso, enquanto processos seguem na justiça, diante da necessidade do início do tratamento, a família de Bruno resolveu criar a vaquinha, com meta de R$ 48 mil de arrecadação, o que daria para dois ciclos do tratamento. O medicamento tem o poder de inibir o crescimento do tumor e a propagação de células cancerígenas para outros órgãos.
Nesta semana, após a vaquinha ter sido criada e arrecadado parte do valor necessário para a compra de uma caixa do medicamento, uma decisão liminar fez o plano se comprometer a entregar o remédio o mais rápido possível, com previsão de ressarcimento da caixa comprada até esta quarta-feira (13). Apesar disso, de acordo com a família, a dívida ainda não foi solucionada e a demora para a solução de todas as questões prejudicou a saúde de Bruno, que, graças à vaquinha, pôde iniciar o tratamento no último sábado.
Para acessar a vaquinha, basta clicar aqui.