• Família assassinada no Floresta será enterrada hoje

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  • 29/03/2017 17:05

    Um crime bárbaro chocou os moradores da Rua Henrique Paixão, no bairro Floresta, na noite da última terça-feira (28). Uma família inteira – mãe e três filhos – foi morta a tiros pelo pedreiro Jorge Luiz Evangelista, ex-marido da vítima e pai das crianças assassinadas. Todos morreram com um tiro na cabeça. A sogra de Jorge também foi baleada de raspão na orelha e encontra-se internada em observação no Pronto Socorro do Alto da Serra. Após cometer os assassinatos, ele colocou fogo na casa da família e fugiu, a pé, pela mata que dá acesso a localidade do Caxambu. O agressor continua foragido. Os corpos de Luciana e das crianças foram liberados pelos familiares no fim da tarde de hoje (29) e o enterro acontece hoje (30), às 10h30, no Cemitério Municipal no Centro.

    A mãe das crianças, Luciana Vieira Rodrigues, de 32 anos, estava separada de ex-marido há cerca de 15 dias. No último domingo (25), ela havia feito um boletim de ocorrência na 105ª Delegacia de Polícia (DP) contra o ex-marido. Ele a teria agredido com um soco nas costas. De acordo com o boletim, Jorge foi até a casa da ex-mulher durante à noite e após uma discussão ele pegou uma faca e com o cabo atingiu a Luciana e depois fugiu.

    "Ele não aceitava o fim do relacionamento", disse a delegada adjunta da 105ª DP, Fernanda Marchesi. A polícia acredita que o crime foi premeditado uma vez que ele vendeu o carro a poucos dias. Acredita-se que a venda do veículo foi para comprar a arma usada no crime, um revólver calibre 38. "Ainda estamos colhendo depoimentos e conversando com os familiares. Estamos trabalhando com várias hipóteses", informou a delegada.

    Segundo a polícia, Jorge teria matado primeiro as crianças – Wesley, de oito anos, Evelyn de 13, e Emili de 10 anos – com um tiro na cabeça a queima roupa. Os corpos foram encontrados do lado de fora da casa, na varanda. Depois ele teria ido na casa da avó de Luciana, localizado ao lado do imóvel da família. No local, estava a ex-companheira e a mãe, Ivanete Vieira, de 53 anos. "Ivanete contou que tentou defender a filha, se colocando na frente dela. Quando ele atirou ela caiu ferida, foi quando Jorge pegou a ex-mulher pelo braço a arrastou até o local onde as crianças estavam e atirou na sua cabeça", contou a delegada.

    Segundo o irmão do agressor, Adilson Evangelista, de 48 anos, ele estava na casa da ex-mulher naquela noite para ficar com as crianças. "As crianças estavam com saudade e ela deixou que ele ficasse com elas. Por isso, Luciana estava na casa da vó", disse. Adilson contou que sabia das brigas do casal, mas não imaginava que o irmão chegaria a matar os filhos e a ex-mulher. "Ele é nascido e criado aqui dentro da Provisória. Não dá para entender o que aconteceu. Espero que ele se entregue ou seja encontrado pela polícia. Que fique preso e pague pelo o que fez".

    Uma nova perícia na casa foi feita na manhã de hoje (29), para encontrar provas que levem a forma como Jorge ateou fogo na casa. O imóvel é uma construção antiga e ficou bem destruído com o incêndio. "A primeira chamada para o Corpo de Bombeiros era que uma casa estava pegando fogo, só depois que os bombeiros receberam a informação dos assassinatos", disse a delegada. Os corpos não foram queimados pois estavam do lado de fora da residência.

    Luciana havia denunciado Jorge em 2015, também por agressão. O processo acabou sendo arquivado. "A vítima não fez o corpo de delito para comprovar a agressão e por isso o processo acabou sendo arquivado. Crimes como este mostram a importância das mulheres darem continuidade aos processos. Existem mecanismos que podem protegê-las. As mulheres precisam denunciar", alertou a Promotora de Justiça de Investigação Penal da Comarca de Petrópolis, Maria de Lourdes Feo Polônio.

    Jorge também tinham outras passagens pela polícia por falta de pagamento de pensão alimentícia a outros filhos do seu primeiro relacionamento. "Ao todo, meu irmão tinha oito filhos. Nunca poderia imaginar que ele faria algo tão terrível assim", lamentou Adilson. Os corpos de Luciana e das crianças foram liberados pelos familiares no fim da tarde de hoje (29) e o enterro acontece amanhã (30), às 10h30, no Cemitério Municipal no Centro.

    Violência contra a mulher – Dados do Dossiê Mulher, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ), revelam que em 2015 foram registrados 783 casos de ameaça e 811 de lesão corporal na cidade. Os dados também revelam o perfil das vítimas, que em sua maioria (48,3% dos casos) tem idade entre 30 e 59 anos, é solteira (57,5%), branca (57,5% dos registros) e tem apenas o ensino fundamental incompleto (34,8%). Ainda de acordo com o Dossiê Mulher a maior parte das agressões acontece dentro das residências (54,4%) e é praticada pelo ex ou o atual companheiro da vítima (43%).

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