• Falta de segurança na BR-040 traz prejuízos para o turismo

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  • 27/08/2017 07:00

    Os constantes arrastões e tiroteios registrados na rodovia Washington Luiz (BR-040), principal acesso a Petrópolis está gerando prejuízos para o setor turístico. Apesar dos esforços com o início, em julho, da Operação Égide, em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Força Nacional, os turistas estão deixando de subir a serra por medo de sofrerem assaltos ou serem vítimas de balas perdidas. 

    Para o presidente do Petrópolis Convention & Visitors Burear (PC&VB), Samir El Ghaoui, a rede hoteleira já percebe mudanças nos hábitos dos turistas. "Estamos perdendo a reserva de sexta-feira, pois os nosso hóspedes estão preferindo vir no sábado de manhã por se sentirem mais seguros para pegar a estrada. E o setor gastronômico está perdendo os clientes de domingo, pois os hóspedes estão indo embora de manhã, sem almoçar, prevendo chegar em segurança em casa. É uma situação muito difícil a que estamos chegando. Perdem os hotéis, os restaurantes e toda a cidade", lamentou o empresário.

    De acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de julho a agosto foram registrados na rodovia BR-040, 33 roubos a veículos e 24 ocorrências de roubos a cargas. Além disso, as equipes da PRF apreenderam em 11 operações realizadas neste mesmo período: 4.264 mil pinos de cocaína, 240 papelotes da mesma droga; além de 690 porções de maconha, 60 frascos de lança perfume e duas pedras de crack. Os policiais também apreenderam 15 quilos de cocaína.

    Durante as operações sete homens foram presos por tráfico de drogas e quatro por recepção. As ações aconteceram entre os quilômetros 104 e 140 da rodovia, na altura de Duque de Caxias. De acordo com a PRF, após o início da Operação Égide, houve uma redução de 51,47% no número de ocorrências de roubo a veículos e de 4% nos registros de roubo a carga.

    Para o advogado José Luiz Braga, de 68 anos, que mora no Rio de Janeiro há quatro anos, subir a serra para passar o fim de semana deixou de ser considerado um momento de lazer ou descanso. Para ele, o trajeto entre as cidades do Rio e Petrópolis tornou-se uma "praça de guerra". "Já passei por algumas situações bem difíceis e hoje em dia estamos desanimados em subir a serra", ressaltou o advogado, que há um mês não vem a cidade.

    José Luiz já passou por uma tentativa de assalto e já presenciou arrastão na altura do Arco Metropolitano. "Meu carro é blindado o que me livrou do assalto, mas já perdi um amigo na BR-040. Ele foi baleado em um assalto e morreu. Toda essa insegurança faz com que você mude os hábitos. Quando resolvo subir a serra com minha família para descansar, preferimos ir de manhã no sábado e voltar no domingo cedo, assim evitamos pegar a estrada à tarde e à noite", contou.

    Para o presidente do PC&VB, apesar dos esforços da PRF as ações ainda não estão surtindo efeito. "A hotelaria, o comércio e a gastronomia estão perdendo com toda essa violência. A economia da cidade vai minguando e não temos perspectivas de melhora. O efetivo da PRF é pequeno e sensação de insegurança é muito grande", ressaltou.

    Quem utiliza a serra de Petrópolis também denuncia a péssimas condições da rodovia como um agravante. "A estrada já tem um traçado perigoso e além disso está repleta de buracos. Você precisa andar em limite mais baixo por conta dessas imperfeições da pista e corre o risco de ser assaltado", disse José Luiz.

    A Operação Égide começou há 40 dias e faz parte do Plano Nacional de Segurança Pública. O efetivo da PRF ganhou um reforço de 380 homens que atuam nas rodovias federais do Rio de Janeiro. A previsão inicial é que as equipes fiquem no Estado por 180 dias.



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