Falta de manutenção viária causa prejuízos

Quem dirige sabe como é importante estar atento ao trânsito e aos pedestres. Em Petrópolis, os motoristas precisam estar de olho vivo também nos buracos. A falta de manutenção viária tem sido um problema constante em toda a cidade. Além do risco de acidentes, as más condições das pistas causam prejuízos para proprietários de veículos, sistema de transporte público e para toda a população. 

O taxista Vanderson Linhares, de 54 anos, sentiu no bolso o dano causado pela falta de manutenção das ruas da cidade. Depois de cair em um buraco na Rua Dom Pedro, o taxista teve que desembolsar R$1.300,00 para consertar o veículo. “Eu estava voltando de uma corrida e, como era noite, a falta de visibilidade me atrapalhou a ver o buraco que estava no meio da rua. O carro ficou preso, quebrou o amortecedor e empenou o balanço”, contou. 

O motorista autônomo Carlos Gomes também sofre com as condições das ruas. Segundo ele, os piores lugares para trabalhar são Sargento Boening, Caxambu e Estrada da Saudade. “Esses pequenos reparos só pioram a situação. Em algumas ruas, o asfalto precisa ser totalmente trocado, vai evitar o desperdício de dinheiro. Nossa cidade precisa de mais atenção”, reclama. 

O mecânico Ledilson Ribeiro explica que várias partes do automóvel são prejudicadas com o impacto constantes nos buracos. Segundo ele, as balanças do carro são as primeiras a quebrarem. “Muitas vezes, o pivô, que segura as rodas dos carros também é prejudicado, assim como os pneus. Tem buraco que pode cortar o pneu na hora, quando não o faz, prejudica sua eficácia durante um tempo. Com todas essas peças e componentes prejudicadas, o motor também pode quebrar com o tempo, pois terá que forçar mais o seu trabalho, devido à ineficiência das peças prejudicadas com os buracos”, relatou o mecânico, chamando a atenção para os riscos de acidentes.  

Não são só os veículos pequenos que sofrem com o desgaste causado pela falta de manutenção. O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviários de Petrópolis, Setranspetro, fez um levantamento dos principais problemas viários, relacionando as áreas mais afetadas. O documento, que possui mais de 300 páginas, enumera como principais problemas os buracos na via, pavimentação precária, paralelos soltos e a falta de capina, que atrapalha a visibilidade dos motoristas. A situação, segundo o Sindicato, piorou nos últimos três anos e fica ainda pior em épocas de chuva.

“Sabemos que o problema não teve início agora, mas se agrava a cada dia. O impacto disso gera, no dia a dia da operação, muito desgaste dos ônibus, quebras, sobrecarga na área da manutenção e prejuízos, além de desconforto para os passageiros dos ônibus”, afirma Carla Rivetti, gerente do Setranspetro.

O morador da Comunidade do Alemão, Sérgio Filho, se diz preocupado com a situação. “Tem muita gente com medo de entrar nesses ônibus, eles estão quebrando sempre! Além de ficarmos sem ônibus, ainda corremos riscos. Algo precisa ser feito o quanto antes. Encontrar o problema e resolver. Enquanto isso vamos esperando e sentindo todo esse descaso”, diz o construtor.

Além de elaborar o relatório destacando os problemas enfrentados nas linhas de ônibus, ofícios foram encaminhados à Prefeitura pela Turb, pedindo providências. A empresa Cidade Real também menciona a condição precária do asfalto do Terminal Corrêas. Para a empresa Cascatinha, os excessos de buracos nos trechos atendidos e as ruas íngremes provocam, entre outros defeitos, a quebra constante de embreagens. 

A Secretaria de Obras encaminhou uma lista de bairros que, segundo a pasta, estão recebendo manutenção viária. Segundo a nota, os bairros Boa Vista, Rua Manoel Francisco de Paula (Siméria), Alto da Serra, Rua Gregório Cruzick (Bela Vista), Rua Agnello Barreiros, na comunidade de Vista Alegre (Araras), Castelânea, Castelo São Manoel, Vicenzo Rivetti (Carangola), Estrada do Paraíso (Sargento Boening), pórtico do Bingen, pórtico do Quitandinha e Corrêas, receberam atenção no mês de Junho. 

Quatro das comunidades que a pasta diz que recebeu manutenção viária, ainda estão entre os bairros  citados pelas empresas como áreas críticas. São eles: Boa Vista, Bela Vista, Vista Alegre e Castelo São Manoel.

Solicitamos uma entrevista com o secretário de Obras, Ronaldo Medeiros, para falar sobre providências que serão tomadas, porém, não obtivemos resposta.