• Falta de diálogo

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  • 30/05/2018 12:00

    O povo brasileiro continua estarrecido em razão da greve dos caminhoneiros.

    O movimento, e não poderia deixar de ocorrer, conduziu o país ao descalabro total já que prejudicadas centenas de atividades, inclusive de caráter essencial, tais como: hospitalares, transporte coletivo, escolares, sem falar na tocante à questão do desabastecimento de alimentos, eis que os supermercados e similares já no quinto dia da greve se encontravam “zerados”.

    A falta de combustível levou a preocupar a população e às empresas em geral, afetadas com relação às suas atividades do dia a dia.

    Vale ser lembrado que o governo federal, de há muito, já fôra cientificado acerca das pretensões dos grevistas, todavia não atuando a tempo e hora, talvez por descrer que a paralisação viesse a ocorrer.

    No auge da crise, o presidente do Senado Federal se desloca para o Estado do Ceará, entretanto retornando de imediato à capital federal, porquanto sua atitude não “calara bem”, pelo menos, inoportuna em face da função que exerce.

    No cenário das autoridades a se omitirem favorecendo a deflagração do movimento, a fraqueza daquelas que assessoram o Presidente da República, inclusive o próprio chefe do Executivo, sem falar no “jogo de empurra-empurra” entre Câmara e Senado Federal, sistemática tão atual nos dias que vivemos, cabendo aduzir, ainda, no que toca a falta de coesão entre o Palácio do Planalto e os membros do Congresso Nacional. 

    É de pasmar que após implementada a paralisação, já no seu auge, o Presidente da República ainda tenha tido tempo para viajar ao Rio de Janeiro para participar de cerimônia na cidade de Porto Real, da entrega de 369 viaturas para conselhos tutelares de municípios da região do Estado. 

    E eu completo que aproveitando a viagem, o Presidente ainda “poderia ter dado uma esticada” à Belo Horizonte capital, para constatar acerca das centenas de veículos a enferrujar em terreno baldio, todos sem destinação, pagos com dinheiro dos contribuintes.

    Lamentável o que vem ocorrendo, especialmente quando o chefe da nação se dirige aos brasileiros com palavras voltadas aos grevistas solicitando “uma trégua”, típico sinal de fraqueza. 

    Entendo como justos os pleitos dos grevistas, uma vez que embasados em razões plausíveis em decorrência dos seguidos reajustes do valor do óleo diesel, sem falar, é bom que se frise, com vistas à gasolina caríssima que pagamos; contudo, gera preocupação o momento com que se depara a população, em razão do comprometimento não só de causas relacionadas com as finanças públicas, a política, e principalmente aquelas que se direcionam ao campo social.

    O governo, lamentavelmente, debilitado e sem que tivesse adotado decisões nos momento certos.

    A mídia, por outro lado, sempre a postos e atualizada, informando que na noite de sexta feira passada haviam as partes chegado a consenso; todavia, uma grande parcela de grevistas não reconheceram como “legítimo” o acordado e muitos sustentando a condição de autônomos, por conseguinte, não ouvidos.

    Na realidade, o que se percebe, com muito desalento, é que o governo tornou-se refém dos grevistas acabando por ter que adotar medidas excepcionais, de ordem legal, com vistas à sustação do movimento.

    É de se ressaltar, a bem da verdade, o posicionamento conciliador adotado pela presidência da Petrobrás que acabou por propiciar o início das conversações, talvez para evitar o pior, como também o posicionamento adotado pelo governador de São Paulo que deu uma excelente demonstração de como travar um bom diálogo, até porque até então os grevistas não demonstravam a intenção de paralisar o movimento.

    E se assim não fosse, cheguei a pensar, em certos momentos, que a prosseguir tais atividades sem que o diálogo viesse a prevalecer, a situação poderia caminhar para rumos os mais perigosos, em detrimento do povo brasileiro, ordeiro e trabalhador e que está, certamente, na busca da paz. 

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