Falta a mea-culpa
O grande responsável pelo Brasil de hoje é Fernando Henrique Cardoso, protagonista e agente de duas seríssimas vertentes da política nacional por ele implantadas.
A primeira, positiva, quando ministro do presidente Itamar Franco, criando o Plano Real, estabilizador da moeda na mais lúcida de tantas tentativas engendradas em governos anteriores. Gol de placa.
A segunda, negativa, presidente do País cumprindo mandato constitucional, criando o instituto da reeleição, logrando mais quatro anos no posto. Bola fora.
Os efeitos danosos ao País logo vieram à tona, quando FHC não conseguiu repetir os êxitos do primeiro mandato, deixando o governo sob grande desgaste, propiciando a condução do lulopetismo ao poder.
Luís Inácio e sua turma no deslumbramento de quem nunca comeu melado quando come se lambuza, graças à reeleição engendrada por FHC, cumpriu dois mandatos sob forte ilusionismo, rouquenho como o titular, sofrendo os escândalos da escancarada corrupção do “mensalão”, do “petrolão” … com ladrões pingando em presídios, cadeias, penas em liberdade, enfim, procissões de cabeças baixas puxando tornozeleiras eletrônicas.
Graças à reeleição, que propicia ao poder grandes facilidades no encaminhamento das campanhas eleitorais e sob desenfreada e já incontrolável corrupção, o lulopetismo emplacou uma tal de Dilma Roussef em dois mandatos, coisa assustadora quanto impensável. A continuidade se instalou e na dupla presidência da honesta (como se autointitula) a explosão da corrupção vergonhosamente deslavada triplicou acima de qualquer limite minimamente racional, chegando às raias da loucura com o país no maior buraco de sua história republicana. E, ai, o processo do impedimento que levou os legislativos federais ao medo da pressão popular, impondo assento doméstico à senhora, exigindo outros fundos em depósito no trono nacional.
O grande culpado, Fernando Henrique Cardoso, idoso, encolhido, assistiu a tudo como se nada tivesse a ver com o peixe, quando deveria, com seu partido e aliados, bater no peito a mea-culpa e pugnar pela extinção da reeleição e sugerindo – de bom tamanho – que o mandato do Poder Executivo, nos seus três níveis, crescesse um ano (5 anos), como nos tempos juscelinistas, sem direito à reeleição ao período imediatamente seguinte.
Com mais tempo para sinecuras, mandatos em dobro, inescrupulosos políticos nacionais, estaduais e municipais deitaram e rolaram no dinheiro do povo, roubando à educação e tudo o mais, para lavarem dinheiro na lama da sem-vergonhice deslavada. Ampliou-se, assim, a abissal distância do fosso dos endinheirados e dos miseráveis e nosso país ganhou o sinistro anedotário mundial. Como nunca, em tempo algum, na história do Brasil.
Provavelmente o “Guiness Book” está de olho por aqui para consagrar o Brasil na ponta do maior número de políticos corruptos do globo terrestre…
Afinal, cabe a pergunta, na atual conjuntura: – Ainda existe algo a temer?