• Falso médico tenta aplicar golpe em familiares de pacientes do HMNSE

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  • 08/08/2016 18:19

    Um falso médico, identificado por Marcos Brandão, está tentando arrancar dinheiro de vítimas que têm seus familiares internados no Hospital Municipal Doutor Nelson de Sá Earp (HMNSE). Só na manhã desta segunda-feira (8) foram, pelo menos, três petropolitanos que receberam sua ligação pedindo depósitos de R$ 1.500,00 para comprar medicamentos, caso contrário os internados podiam vir a óbito. Desconfiados, eles ligaram para o hospital, que negou a existência de qualquer atividade desse tipo.

    O suposto médico disse na ligação telefônica todos os dados dos internados: nome, idade, endereço, diagnóstico e detalhes do caso – o que deixou os familiares ainda mais perplexos, deixando a desconfiança de que alguém de dentro do hospital estaria envolvido, fornecendo as informações. “Eu só quero saber quem deu o meu número de telefone para esse bandido, pois só a recepção do hospital tem”, disse o empresário Fabiano Penha de Oliveira, de 35 anos.

    As ligações ocorreram por volta das 11h e 11h30. O empresário foi um dos que receberam a ligação e conta que “Marcos Brandão” disse que seu avô, que está internado, precisava de um medicamento que o hospital não possuía, um “anti-hemorrágico”. “Ele disse que se meu avô não tomasse o remédio, ele teria que ser operado hoje e, devido à idade avançada, provavelmente não resistiria e viria a óbito”, disse.

    “Eu vejo esse 'óbito' como uma ameaça”, disse Francismar Rodrigues, de 37 anos, neta de outro internado, cuja família também foi aliciada pelo falso médico. "Ele disse que meu avô teria falência múltipla de órgãos caso não tomasse o remédio. Isso pra mim é uma ameaça. Como que fica a segurança dessas pessoas no hospital?".

    De acordo com as vítimas, o suposto médico pedia que o depósito fosse feito em uma agência Lotérica, em uma conta sob o nome da drª Elizângela, dona da Clínica São Judas.  A Tribuna de Petrópolis ligou para ambos os telefones fornecidos pelo suposto médico, o dele próprio e o da suposta clínica, mas em nenhum dos casos conseguiu contato.

    Os familiares entraram em contato com o HMNSE, que negou a existência de qualquer atividade dessa natureza. Eles foram pessoalmente à instituição e conversaram com a Segurança, a Ouvidoria, a Diretoria e o advogado do hospital. Depois fizeram um boletim de ocorrência na 105ª Delegacia de Polícia. De acordo com o delegado Alexandre Ziehe, o procedimento inicial agora é pedir um ofício ao banco em questão com os dados cadastrais da conta indicada pelo médico para o depósito. 

    O delegado relembrou que golpes como esse são comuns e as pessoas devem ficar atentas e não fazer pagamentos dessa natureza solicitados por telefone. Em 2015, dois casos semelhantes a esses foram registrados em duas das unidades da Unimed Petrópolis: Bingen e Centro. Na ocasião, o diretor-geral do Hospital Unimed, no Bingen, Rafael Gomes Castro, afirmou que a unidade de saúde não faz nenhum tipo de solicitação aos parentes via telefone.

    A Secretaria de Saúde informou que adota medidas para preservar os pacientes e os familiares, entre elas a proibição do fornecimento de informações, por telefone, dos nomes de pacientes e outros dados pessoais. Neste caso específico, os familiares, após procurarem a direção da unidade, foram orientados a dar queixa na polícia. A secretaria ressalta que nenhuma unidade de saúde do Sistema Único de Saúde cobra pelos atendimentos ou para compra de insumos. A secretaria ressalta ainda que abrirá sindicância para verificar se houve vazamento de informações. 

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