• ‘Explorar politicamente fato deplorável é igualmente desonesto’, diz Ciro sobre o 8 de Janeiro

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  • 08/jan 15:02
    Por Karina Ferreira / Estadão

    O ex-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, publicou nesta segunda-feira, 8, uma nota em que diz que os atos golpistas de 8 de Janeiro estariam sendo explorados politicamente, em vez de serem “punidos exemplarmente”.

    A nota, publicada na conta de Ciro no X (antigo Twitter), começa falando que os atos merecem punição.”Os atos de vandalismo e de depredação do patrimônio público, ocorridos por insubmissão política aos resultados eleitorais, devem ser punidos exemplarmente, principalmente a partir dos grandes responsáveis pelo seu financiamento e motivação.”

    A seguir, o pedetista cutuca, ao que parece, o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que as punições não estão ocorrendo, mas sim, segundo ele, a exploração política do fato. “Explorar politicamente o fato deplorável é igualmente desonesto e é o que está acontecendo.”

    A nota de Ciro ocorre no mesmo dia do ato realizado pelos Três Poderes em memória dos ataques antidemocráticos ocorridos há um ano. Convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ato “Democracia Inabalada” ocorre nesta tarde no Salão Negro da sede do Legislativo.

    A assessoria de Ciro foi procurada pelo Estadão para comentar se a publicação no X foi direcionada a alguém ou algum órgão específico, mas não atendeu.

    Até agora, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, proferiu 6.204 decisões relacionadas aos ataques de 8 de Janeiro. Desse total, foram 255 medidas de busca e apreensão em 400 endereços e 350 medidas de quebras de sigilo bancário e telemático. As medidas resultaram em 800 diligências. Os resultados foram divulgados em um relatório neste domingo, 7, pelo STF.

    Ao longo de 2023, foram recebidas 1.345 denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Até o mês de dezembro de 2023, 38 acordos foram homologados com acusados pelos crimes menos graves (aqueles que estavam em frente aos quartéis). Nesses acordos, os réus admitiram os crimes e se comprometeram a pagar multas e a fazer curso sobre a democracia, por exemplo.

    Contudo, como mostrado pelo Estadão, os atos golpistas completam um ano sem punição a mentores e financiadores.

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