Ex-senador Joseph Lieberman, candidato a vice de Al Gore morre aos 82 anos
Morreu aos 82 anos o ex-senador dos Estados Unidos Joseph Lieberman, candidato a vice-presidente de Al Gore na eleição de 2000, quando os democratas foram derrotados por George W. Bush e Dick Cheney em disputa acirrada e decidida na Suprema Corte. Segundo o comunicado emitido pela família, ele teve complicações após sofrer uma queda.
“Sua amada esposa, Hadassah, e seus familiares estavam com ele quando ele faleceu”, disse o comunicado.
A chapa Lieberman-Gore conquistou uma estreita vitória no voto popular, mas a contagem de delegados do Colégio Eleitoral foi parar na Justiça. E a Flórida foi decisiva naquele ano.
Com a aparente vitória dos republicanos no Estado, Al Gore chegou a ligar para Bush e reconhecer a derrota. Mas a margem foi se estreitando drasticamente com a chegada dos votos de diferentes condados na apuração. O democrata então fez outro telefonema e voltou atrás. Os americanos ficaram por 36 dias sem saber quem seria o próximo presidente até que a Suprema Corte decidiu em favor de George W. Bush.
Na eleição seguinte, Lieberman tentou ser indicado como candidato do Partido Democrata à presidência, mas foi prejudicado pelo apoio à Guerra no Iraque, lançada por Bush, e não conseguiu ser nomeado.
Em 2008, rompeu com o partido e quase se tornou companheiro de chapa do republicano John McCain como independente. Segundo Steve Schmidt, que administrou a campanha, o republicano estava fortemente inclinado a escolher o amigo, mas recuou diante da pressão que sofreu dos conservadores pelo histórico liberal de Lieberman e decidiu apontar Sarah Palin como vice no último minuto.
Naquele ano, irritaria democratas ao provocar Barack Obama na convenção nacional do Partido Republicano, mas depois se reconciliaria e apoiaria Hillary Clinton e Joe Biden em disputas presidenciais.
Ao longo de sua trajetória política, foi eleito quatro vezes senador pelo Estado de Connecticut, sendo a primeira delas em 1988. Apesar do perfil independente, era elogiado por democratas por suas posições em pautas como os direitos da população LGBT, aborto e causas ambientais.
Depois de se aposentar do Senado, em 2013, ele reconheceu: “nem sempre se enquadrava confortavelmente nas caixas políticas convencionais”. Lieberman então seguiu ativo como advogado em Nova York.
Na última década, ajudou a liderar o No Labels, um movimento de centro que promete apresentar candidatos ainda não identificados para presidente e vice nas eleições deste ano. A ideia é criticada por grupos políticos alinhados como democratas que temem o impacto dessa “terceira via” na disputa e um possível favorecimento de Donald Trump. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)