• EUA: plano de Trump inclui deportação e tarifas a importações em eventual retorno à Casa Branca

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  • 12/11/2023 13:08
    Por Estadão

    Grande parte da campanha presidencial de 2024 tem sido dominada pelas inúmeras investigações sobre Donald Trump e as acusações contra ele. Mas, com menos de um ano até o dia da eleição, o ex-presidente domina a corrida pela indicação republicana e já delineou um conjunto abrangente de metas políticas caso vença um segundo mandato. Entre as medidas estão uma operação de deportação em massa, uma nova proibição contra países muçulmanos, além de tarifas sobre todos os produtos importados.

    Sobre a questão da imigração, Trump prometeu “parar imediatamente a invasão de nossa fronteira sul”. Para isso, ele direcionaria a Agência de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA para realizar “a maior operação doméstica de deportação na história do país”. Ele visaria pessoas que vivem legalmente nos Estados Unidos, mas abrigam “simpatizantes jihadistas” e revogaria os vistos de estudante daqueles com visões anti-americanas e antissemitas. O ex-presidente buscaria, ainda, reimpor sua proibição de viagem que originalmente visava sete países de maioria muçulmana e expandi-la para “manter terroristas islâmicos radicais fora do país”. A cidadania por nascimento também seria encerrada, a fim de desestimular a imigração.

    Ainda na política externa, Trump afirmou que, caso eleito, vai encerrar o “fluxo interminável de tesouro americano para a Ucrânia” e pedir aos aliados europeus que reembolsem os EUA pelo custo da reconstrução dos estoques. Não está claro se ele insistiria que a Rússia se retirasse do território na Ucrânia, tomados desde o início da guerra em fevereiro de 2022. Além disso, ele disse que apoiará Israel em sua guerra com o Hamas.

    Na área do comércio, o republicano anunciou que vai instituir um sistema de tarifas de, possivelmente, 10% sobre a maioria das mercadorias estrangeiras. As penalidades aumentariam se os parceiros comerciais manipulassem suas moedas ou se envolvessem em outras práticas comerciais consideradas injustas. Além disso, ele levaria ao Congresso a “Lei de Comércio Recíproco Trump”, dando ao presidente autoridade para impor tarifas a qualquer país que fizesse o mesmo com os EUA.

    Grande parte da agenda se concentra na China. Trump propôs um plano de quatro anos para eliminar gradualmente as importações chinesas de bens essenciais, incluindo eletrônicos, aço e produtos farmacêuticos. Ele quer proibir empresas chinesas de possuir infraestrutura vital nos EUA em setores como energia, tecnologia e agricultura, e afirmou que forçará os proprietários chineses a venderem quaisquer participações “que coloquem em risco a segurança nacional da América”.

    Na área de energia, Trump afirmou que pretende fazer com que os EUA tenham a energia e eletricidade mais baratas de qualquer nação do mundo. Sob o mantra “drill, baby, drill” (perfure, bebê, perfure, em tradução livre), ele disse que aumentaria a perfuração de petróleo em terras públicas e ofereceria isenções fiscais a produtores de petróleo, gás e carvão. Ainda, ele reverteria os esforços da administração Biden para incentivar a adoção de carros elétricos e reverteria novos limites de poluição propostos. Ele reafirmou também que sairá do Acordo de Paris sobre o clima.

    Outro plano de Trump seria retirar milhares de funcionários públicos de suas proteções no serviço civil, o que permitiria suas demissões enquanto ele busca “totalmente aniquilar o estado profundo”. Em outras áreas, como educação, o ex-presidente prometeu encerrar o Departamento de Educação, além de tentar exercer influência sobre os distritos escolares e faculdades locais.

    Sobre os moradores em situação de rua, ele falou que construiria cidades de tendas em grandes terrenos abertos de baixo custo, ao mesmo tempo em que trabalharia com os estados para proibir o acampamento urbano, dando aos “infratores” a escolha entre serem presos ou receber tratamento. Quanto aos direitos de pessoas transgênero, Trump disse que levaria ao Congresso um projeto de lei estabelecendo que apenas “dois gêneros”, determinados no nascimento, são reconhecidos pelos Estados Unidos, além de pressionar a casa para proibir intervenções hormonais ou cirúrgicas para menores.

    Fonte: Associated Press

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