• EUA pedem cautela enquanto Israel avalia represália a ataques do Irã

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  • 15/abr 07:00
    Por Redação O Estado de S. Paulo / Estadão

    O presidente norte-americano, Joe Biden, pressionou no domingo, 14, por uma resposta diplomática internacional e pediu cautela ao governo de Binyamin Netanyahu após os ataques sem precedentes do Irã a Israel, na noite anterior. O governo dos Estados Unidos tenta impedir que as hostilidades se transformem numa guerra aberta que poderia envolver todo o Médio Oriente e arrastar os EUA.

    Desde a noite de sábado, segundo o jornal The New York Times, o presidente Biden e sua equipe têm alertado Israel de que sua defesa bem-sucedida contra os ataques aéreos iranianos, que causaram danos mínimos, constituiu uma grande vitória estratégica e o país não precisa necessariamente revidar.

    A intercepção de quase todos os 330 drones e mísseis disparados contra Israel demonstrou, segundo o governo Biden, que o país saiu na frente no seu confronto com o Irã e que provou aos inimigos a sua capacidade de se proteger juntamente com os aliados norte-americanos.

    Não ficou claro se o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e seu governo concordaram. O gabinete de guerra de Israel reuniu-se no domingo para discutir possíveis respostas.

    Embora os membros do gabinete não tenham emitido uma declaração formal, uma fonte israelense familiarizada com as discussões indicou ao NYT que Israel responderia sem dúvida, embora não se soubesse quando e como. Os militares ainda precisam detalhar as opções possíveis, segundo a fonte.

    As autoridades israelenses anunciaram no domingo, porém, que relaxariam as restrições às atividades educacionais e às grandes reuniões que foram decretadas antes do ataque, uma possível indicação de que não esperam que o confronto se agrave por enquanto.

    Aviso

    Segundo militares israelenses, 99% dos drones e mísseis balísticos e de cruzeiro foram derrubados graças à coordenação com EUA, Reino Unido e Jordânia. O ataque foi sinalizado a países da região, incluindo Turquia, com 72 horas de antecedência.

    Esses países, por sua vez, avisaram os EUA e houve tempo hábil de preparar as defesas aéreas de Israel. Enquanto o Irã declarava que havia concluído seus ataques com sucesso, Israel celebrava o fato de ter conseguido repelir a ofensiva.

    Autoridades dos EUA e do Ocidente preveem que Israel responderá. Mas disseram esperar que seja uma resposta calibrada e que ambos os países saiam com uma sensação de vitória, limitando os movimentos de escalada.

    Os líderes do grupo das 7 principais democracias industriais (G7) ecoaram a mensagem de Biden no domingo, condenando o Irã pelo ataque e alertando que este poderia provocar o que chamaram de “escalada regional incontrolável”.

    O representante norte-americano na ONU Robert Wood disse ao Conselho de Segurança no domingo, durante uma reunião de emergência, que o objetivo dos EUA era “diminuir a escalada” e voltar a garantir o fim do conflito em Gaza. Wood também pediu ao Conselho que condenasse inequivocamente as ações do Irã.

    Um funcionário do alto escalão americano afirmou a jornalistas que os EUA não participarão de nenhum possível contra-ataque de Israel contra o Irã.

    As autoridades dos EUA também estão enviando mensagens em particular, pedindo a Israel que limite sua retaliação e esfrie as tensões regionais.

    Na reunião do Conselho de Segurança, o embaixador de Israel, Gilad Erdan, afirmou que a ofensiva iraniana “ultrapassou todos os limites” e que seu país se reservava ao “direito legal de retaliar”.

    O embaixador do Irã, Amir Saeid Iravani, por sua vez, disse que Teerã atacou em legítima defesa após o atentado do dia 1.º ao complexo de sua embaixada em Damasco, que matou militares iranianos de alto escalão.

    Isolamento

    As autoridades israelenses afirmaram que a defesa coordenada com os EUA e outros países mostrou que Israel pode superar o isolamento diplomático causado pela guerra em Gaza. “O mundo está contra o Irã”, disse o membro do gabinete de guerra Benny Gantz. “É uma conquista estratégica que temos de aproveitar para a segurança de Israel.”

    Em questão de horas, os analistas disseram que Israel parece ter recuperado amplamente sua posição na comunidade internacional, prejudicada pelo número de mortes de civis em Gaza e suas restrições à entrega de ajuda ao enclave. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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