• EUA: negociações imobiliárias diminuem, à medida que empréstimos bancários caem

  • 26/07/2022 18:48
    Por Dow Jones Newswires / Estadão

    Wall Street está dificultando os empréstimos para o setor imobiliário comercial. Os bancos emprestam menos e cobram taxas de juros mais altas por empréstimos que fazem a proprietários e compradores de imóveis comerciais. Tal ação é uma resposta ao aumento das taxas de juros neste ano, desencadeado pela alta da inflação e por preocupações relacionadas a uma possível recessão que levaria a um aumento da inadimplência.

    No segundo trimestre de 2022, os bancos emitiram US$ 20,6 bilhões em títulos lastreados por empréstimos imobiliários, valor inferior aos US$ 29 bilhões do primeiro trimestre. As expectativas do mercado ficaram particularmente negativas em junho, quando o Departamento do Trabalho americano anunciou um grande aumento no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Ainda em junho, os bancos emitiram apenas US$ 3,6 bilhões em títulos de propriedade comercial conhecidos como obrigações de empréstimos garantidos. Tal valor foi menor do que a metade do volume de fevereiro, quando US$ 8,9 bilhões foram emitidos na categoria de maior risco.

    Imóveis comerciais são altamente dependentes de dívida porque a maioria das propriedades é altamente alavancada. No ano passado, quando as taxas de juros estavam próximas das mínimas históricas, o volume de vendas de imóveis atingiu um nível recorde. Em 2022, a taxa de crescimento do volume de vendas vem caindo à medida que o crescimento da inflação eleva as taxas de juros. No segundo trimestre, investidores gastaram US$ 190,3 bilhões em imóveis comerciais, um aumento de 17% em relação ao mesmo período de 2021.

    O número de transações no segundo trimestre deste ano, no entanto, caiu para cerca de 8.500, uma queda de 22% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Taxas mais altas pressionam os valores, bem como o volume de negócios. De acordo com a empresa de análise imobiliária Green Street, os preços dos imóveis comerciais caíram em média 5% em relação ao pico atingido em março. Enquanto isso, as ações dos fundos de investimento imobiliário estão sendo negociadas com um desconto médio de 11% sobre o valor das propriedades que possuem, um sinal de que os investidores do mercado de ações acreditam que os valores cairão ainda mais.

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