• “Eu já me sinto um pouco petropolitano”, diz o ator Thiago Lacerda, em entrevista à equipe da Tribuna

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  • 07/abr 07:58
    Por Maria Julia Souza

    Famoso por papéis importantes na teledramaturgia brasileira, o ator carioca, Thiago Lacerda, tinha outros planos quando começou a cursar teatro, e atuar não era um deles. Inicialmente, o objetivo era lidar com a timidez, que era um traço de sua personalidade na adolescência, para realizar o desejo de trabalhar em um banco. Antes de ingressar na teledramaturgia, o ator foi atleta e praticava natação.

    Início da carreira

    Com mais detalhes, Thiago conta que a possibilidade de se tornar ator aconteceu por acaso, uma vez que seu objetivo em ingressar em um curso de teatro não era atuar, mas acabou se apaixonando pela profissão, em cena.

    “Na verdade, eu já tinha saído desse curso que eu fazia e a ex-professora que era a dona do espaço me convidou para fazer um teste para a TV. Era uma rodada de testes nacionais, que a televisão estava fazendo em busca de talentos, de jovens talentos. Eu fiz o teste e passei. Mas mesmo nessa altura, eu não tinha realizado um desejo de seguir carreira como ator. Foi só em cena, na primeira [cena] da minha carreira, da minha vida, que eu me dei conta que tinha ali na minha frente, uma oportunidade, um ofício, uma coisa para qual eu deveria me dedicar”, contou.

    Curiosamente, seu primeiro papel na TV foi em “Malhação”, onde deu vida a um professor de natação, esporte no qual praticou na adolescência.

    “Eu fui nadador, fui atleta e o meu primeiro personagem era um professor de natação, e isso foi uma coincidência, não foi algo planejado. Então, por uma coincidência eu fui atleta e comecei a minha carreira fingindo que era atleta”, disse ele.

    Ligação com Petrópolis

    Há quase 18 anos, Thiago e sua família possuem uma casa em Petrópolis, onde vem com frequência para a Cidade Imperial.

    “Eu já me sinto um pouco petropolitano. Fui muito acolhido pela região, amo absolutamente [a região] e tenho me dedicado a ficar cada vez mais [na cidade], a cuidar cada vez mais, a colaborar com a comunidade”, contou Thiago.

    No fim do mês passado, ele participou da cerimônia de abertura da exposição “Portinari Para Crianças”, que aconteceu no Palácio de Cristal e que é uma atividade da primeira edição do Flipetrópolis – Festival Literário Internacional de Petrópolis, que irá acontecer entre os dias 1º e 5 de maio.

    Foto: Arquivo Pessoal

    “Estou muito feliz com esse processo de chegada do Festival Internacional Literário [Flipetrópolis] porque, de uma certa maneira, me sinto fazendo parte de um momento que eu considero lindo. O encontro da literatura de língua portuguesa com a cidade de Petrópolis, em um evento oficial. Um evento que, quem sabe, vira calendário da cidade. Então, de uma certa maneira, esse tipo de momento, ao longo desses 18 anos, faz eu me apaixonar por Petrópolis, pela Serra, pela região toda. Eu me sinto cada vez mais pertencente e enraizado nesse pedacinho do Brasil”, disse ele.

    Papéis marcantes

    Dono de papéis importantes na TV, no cinema e no teatro, Thiago conta que possui muitos papéis dos quais se orgulha e que fazem parte da sua vida, mesmo antes de seu trabalho com a TV.

    Dentre os personagens que se destacam estão o seu primeiro protagonista, o italiano Matteo, da novela “Terra Nostra”; Giuseppe Garibaldi, na minissérie “A Casa das Sete Mulheres”; Capitão Rodrigo, no filme “O Tempo e o Vento”; Tiradentes, na novela “Liberdade, Liberdade”, entre outros.

    “Também tenho Jesus Cristo, São Paulo, tenho Calígula, Hamlet e Macbeth. Tenho muito orgulho de cada um deles. Personagens que fazem parte da minha vida até hoje, e que de uma certa maneira acabo carregando por aí. A gente não se liberta completamente deles, eles acabam fazendo parte da gente e vice e versa, mas eu gosto muito dos meus personagens, eu tenho muito orgulho”, destacou.

    Prêmios

    Em relação aos prêmios recebidos ao longo da carreira, Thiago destaca que quando inicia um trabalho, não foca em receber prêmios, e que acredita ter recebido poucos ao longo de sua carreira.

    “Eu me lembro de prêmios do início da minha jornada, me lembro de prêmios sobre o Calígula. Ele [Calígula] recebeu um prêmio, eu recebi o meu individual. Recentemente, teve uma homenagem no Festival de Cinema em Santa Cruz do Sul. Eu tenho prêmios da TV, tenho prêmio lá de fora [exterior], internacional, um prêmio dos Estados Unidos”, destacou.

    Ele explica ainda que o seu maior prêmio é a relação que possui com o público em cada trabalho, e que seu grande objetivo é o retorno que leva das pessoas através dos personagens.

    “Eu tenho uma relação tão honesta com as pessoas, com o público, e eu fico achando que a minha láurea é essa coisa de acessar as pessoas, o carinho delas [pessoas], o afeto. Essa maneira, esse volume de contato que eu tenho com as pessoas, eu acho que isso é o meu prêmio. A maneira como eu tenho o retorno do que eu levo para as pessoas através dos personagens, a maneira como isso acontece é que é o meu grande objetivo. A conexão com o público, levar história para as pessoas”, explicou.

    Planos para o futuro

    Thiago explica que, neste ano, deve encerrar um ciclo de 25 anos com a TV Globo, finalizando uma parceria da melhor forma possível, como foi ao longo desses anos. Além disso, ele finaliza dizendo que possui outros projetos que pretende realizar, focando na parte de monólogos.

    “Tenho um monólogo pronto, que a gente está levando pelo Brasil. Tenho um projeto de leitura, fiz isso em Porto Alegre e foi lindo, a casa cheia. Também tenho um outro monólogo que estou levantando ainda neste primeiro semestre para estrear o quanto antes, talvez no início do segundo semestre. Fora isso, tenho um filme para fazer, tenho um outro curta para fazer também. Tem várias coisas acontecendo nesse ano de transição. Eu tenho dois [monólogos] na mão, dois trabalhos que eu estou muito envolvido, muito interessado em realizar. Dois textos urgentes e importantes que me enchem de animação, e eu acho que nesse momento o caminho é de itinerar com o espetáculo, com o repertório”, finalizou.

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