• Ética e dignidade

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 31/03/2016 12:00

    Desde tenra idade ouvia os adultos contarem que em sua época a vida era melhor. Lembro-me como se fosse hoje os comentários de que para se ganhar uma “abobrinha”  leia-se  “Hum mil cruzeiros” aquelas que vinham estampadas com a Primeira Missa no Brasil se não me falha a memória era preciso trabalhar e muito.  À época os nossos pais deixavam nos armários ou sobre as mesinhas de cabeceira os maços de dinheiro proveniente do negócio. Uns fazendeiros, comerciantes, outros compravam e vendiam o gado, suínos e etc. ou ainda optavam pelo trabalho com vínculo empregatício. Não havia essa ganância desenfreada dos bancos e tanta inflação.  Comprava-se em armazéns  tanto o charque, sacos de arroz, feijão e demais necessário ao suprimento da casa. Havia outros tantos que só adquiriam o sal e o açúcar.  Produzido em casa além da plantação de hortaliças, frutas e criação de ovinos, suínos, bovinos, caprinos  e etc. Hoje em dia nem se fala em curral, estábulo, chiqueiro ou galinheiro… Havia frutos em profusão, o verde imperava. A natureza era a extensão de nossa casa desde o campo, os prados e colinas.  Voávamos como pássaros e nem sabíamos definir a liberdade. Predominavam os cursos de Contador e a Escola Normal. Depois  surgiram o Científico e o  Clássico àqueles que sonhassem alçar voos mais altos.  Preservava-se a religiosidade, o temor a Deus, o respeito aos pais, o amor a Maria Santíssima e aos idosos. Fui criado tomando a bênção nas mãos e recebendo-a. Sinal de respeito. Hoje é cafona. Amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos, não furtar e não cobiçar as coisas alheias diariamente reprisadas por nossos pais e professores. Eles exerciam liderança e autoridade sobre os infantes e sem ser submissos curvávamos a eles em sinal de respeito e gratidão. Os filhos sabiam compreender um sim ou um não dos pais. Dava-se o que podia e o que entendiam.  E não havia choradeira, traumas e estresse. O limite e o respeito prevaleciam. O  brocardo “ Não dê o peixe, ensine a pescar” se tornou comum a nós. Como é sábia minha irmã Eremita que ainda lá em Hermogêneo Silva depois dos afazeres domésticos se sentava para ler- ela sempre gostou de ler – e me dizia, Fernando olhe que profundo este pensamento: “eduque as crianças para que não seja preciso castigar os homens.”  Ela e o pensador, filósofo e matemático grego Pitágoras continuam atualizados e repletos de razão.   Uma rápida  guinada no tempo. Vivemos o ano de 2016 onde se fala em Lava Jato, sítio em Atibaia, tríplex em Guarujá, prisão preventiva, estelionato, Ministério e Chefia da Casa Civil, ideologia, lavagem de dinheiro, pedalinhos, renúncia presidencial, impeachment, falcatruas, superfaturamento, Conselho de Ética, propina, esquemas criminais, caixa dois e etc… E o povo em sua maioria, fica perdido… Os políticos discutem e cada qual, procura dar interpretação que lhe convém, fazendo confusão entre seus eleitores… Todos “entendem de direito.”.. Felizmente o PODER JUDICIÁRIO está a dirimir as controvérsias existentes dando o entendimento e prestação jurisdicional devida. Graças a Deus as  nossas instituições continuam ativas: Polícia Federal, Ministério Público e o do Poder Judiciário, notadamente o STF, como nossa Instância Maior, não se esmorecerá e punirá a todos os responsáveis, independentemente de partido e condição social. Acreditamos na Justiça  no cumprimento do seu munus de interpretar, decidir, absolvendo ou punindo, seja a quem for,  para resgate de nossa honra. E fico a me perguntar: é esse o Brasil que desejamos para nossos filhos? É esse o Brasil que desejamos às crianças de hoje e amanhã? Saudades do ontem menino que fui…  Oremos e vigiemos!

    Últimas