• Estudar e trabalhar no exterior tem atraído petropolitanos em busca de qualificação no mercado

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  • 29/07/2019 09:09

    A procura por pacotes de intercâmbio que combinam estudo e uma experiência profissional no exterior cresceu no Brasil, conforme pesquisa divulgada, em abril deste ano, pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta). O número de brasileiros que embarcaram na experiência cresceu em 20,46%, em 2018, saltando de 302 mil, em 2017, para 365 mil no ano passado. Com a recente baixa do dólar, o cenário fica propício para os interessados em viver uma experiência no exterior.

    Os intercâmbios são procurados por estudantes, jovens recém-formados e até jovens profissionais que querem aprimorar os conhecimentos em outros idiomas e também experimentar a vivência em uma nova cultura. De acordo com a pesquisa, os países de língua inglesa são os mais procurados. Em seguida, vem os de língua espanhola, seguido do francês, alemão, italiano, japonês e mandarim.

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    “Esse aumento na demanda só mostra o quanto o brasileiro está preocupado em investir numa educação internacional. A possibilidade de estudar e trabalhar em outro país gera amadurecimento pessoal, profissional e agrega valor ao currículo no mercado de trabalho”, explica o diretor da IE Intercâmbio, Marcelo Melo. 

    Países de língua inglesa como a Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Arábia Saudita e Malta são os destinos que permitem que brasileiros estudem no exterior com a permissão de trabalho temporário. A duração varia de acordo com cada destino. 

    Nesse tipo de intercâmbio, que alia estudo e trabalho, o intercambista tem aulas de inglês, por exemplo, pela manhã, e trabalha à tarde. A experiência profissional permite que o estudante coloque em prática o idioma e, ao mesmo tempo obtenha recursos para se sustentar. 

    Outra modalidade são os intercâmbios exclusivos para cursos de idioma. Essa foi a opção escolhida pela cientista social petropolitana Fabíola Neves, de 26 anos, que, em 2016, embarcou para a África do Sul para fazer um curso intensivo de inglês de dois meses. Ela conta que nunca tinha estudado o idioma e, como pretendia fazer um mestrado, precisaria aprender a língua. “Na época, eu pesquisei preços de cursos de inglês intensivos e rápidos no Brasil, mas vi que pelo preço valia a pena investir um pouco mais e fazer um intercâmbio no exterior”, explicou. 

    Fabíola fechou um pacote com uma agência de intercâmbio que incluía curso de inglês, moradia e seguro-saúde. Passagem aérea e alimentação ficaram por conta dela. Ela conta que a escola onde estudou tinha alojamento próprio e isso, para ela, foi uma das experiências mais interessantes. “Apesar de ter passado aquele tempo na África do Sul, a sensação que eu tenho é que eu sabia muito sobre vários lugares do mundo. Acho que isso se deve ao fato da escola ser junto com a moradia e eu estava morando com gente do mundo todo: Espanha, Itália, França, Arábia Saudita, Chile, Japão, Angola…”

    Há ainda a “Work Experience”, quando o estudante viaja durante suas férias para trabalhar no exterior. Essa modalidade já exige algum conhecimento do idioma, pois não conta com nenhum curso. É voltada para pessoas que querem praticar a língua enquanto trabalham. Os Estados Unidos é o país que costuma oferecer esse tipo de experiência.

    O engenheiro de produção petropolitano Lucas Calzolari, de 27 anos, fez um intercâmbio desses quando tinha 21 anos. Ele viajou durante as férias da faculdade para trabalhar durante três meses como salva-vidas em um Parque Aquático em Ohio, EUA. Ele conta que trabalhava 40 h/semana e dividia uma casa com outros brasileiros, pagando 300 dólares por mês. “Foi muito bom porque no parque a gente conseguia praticar o inglês o dia inteiro, dando informações para gente de todo lugar do mundo. Ao fim do período de trabalho tínhamos um mês de férias para viajar pelo país se quiséssemos”.

    Já Bernardo Barbosa, de 25 anos, já está na Nova Zelândia há 2,5 anos. Ele já falava inglês e viajou ao país para fazer uma especialização em Administração. Após o curso, conseguiu um visto de trabalho de três anos. O técnico de informática petropolitano chegou a ter um visto negado para o Canadá, mas reinventou os planos e conseguiu chegar onde queria: ter a experiência de morar no exterior. “O mais marcante é ver o quanto as pessoas são diferentes. A Nova Zelândia é feita basicamente de imigrantes. Difícil é achar um neozelandês. Eu convivo com gente do mundo todo”, disse.

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