Estudantes de Petrópolis recolhem 90 mil tampinhas que serão destinadas a castração de animais de rua
A aula virtual sobre a biodiversidade, sustentabilidade e importância de cuidar dos recursos naturais fez muito mais do que gerar conhecimentos aos alunos do 5º ano da Escola Firjan SESI em Petrópolis. Os estudantes foram desafiados a criar um projeto capaz de contribuir para a preservação do meio ambiente. A partir daí uma enorme campanha foi formada e com ela uma rede solidária que já coletou 90 mil tampinhas plásticas que serão revertidas para a castração de animais de rua em Petrópolis.
O projeto se tornou algo muito maior do que o esperado, confessa a professora Sheila Dias. Segundo ela, a ideia era provocar os alunos que pensassem soluções e pudessem criar um invento capaz de contribuir com a preservação do meio ambiente e a dica do aluno Pedro Tavares foi criar coletor de tampas com tubos de PVC e potes de sorvete.
Tão logo o coletor foi apresentado, todos os 60 alunos criaram seus próprios coletores que foram fixados nas portas das casas. A intenção era contar com a ajuda de vizinhos e qualquer pessoa interessada em dar a destinação correta ao lixo.
“Mais do que coletar essa grande quantidade, o importante é reconhecer a preocupação das crianças com o meio ambiente e a destinação correta do lixo. Quando se pode atrelar esta ação consciente com outra que pensa a solução para um problema social é ainda melhor”, explica Sheila. A professora Caren Marques também ressalta o trabalho interdisciplinar “Estamos conscientizando os alunos sobre a importância do desenvolvimento sustentável e adoção de hábitos saudáveis que farão a diferença no cenário ambiental futuramente”, explica.
A família e os vizinhos foram os maiores parceiros dos jovens estudantes na campanha. Letícia Schanoel foi uma das mais empolgadas com o projeto e recolheu mais de 15 mil tampinhas. “Fico muito feliz em fazer algo tão importante para a natureza. As pessoas passam aqui e deixam tampinhas todos os dias. É importante poder mostrar que este é um material que pode ser reciclado e que tem lugar certo para ser destinado”, conta Letícia.
O mesmo aconteceu com Gabriel Ribeiro, que teve apoio de parentes e vizinhos para juntar 6 mil peças: “Todos embarcaram comigo nesta ideia. O melhor foi saber que essa aventura tem dois lados, um ajudando quem precisa e o outro preservando o meio ambiente”, diz. “Esta é uma atitude que não custa nada, basta jogar o lixo no lugar certo”, completa Manuela da Rosa Nunes.
As tampas serão direcionadas a ONG Proteção Cão Amor que trabalha nos cuidados aos animais de rua. “Realizar um trabalho que envolve a cidadania e estimula mudanças é fundamental. É muito gratificante ver o envolvimento dos estudantes e das famílias, que ao longo desse período tem se responsabilizar em coletar e guardar tantas tampinhas para colaborar com o meio ambiente e com a sociedade. Espero que essa iniciativa possa ganhar cada vez mais adeptos e contribuir com ações relevantes para a cidade”, enfatizou a professora, Jéssica Vasconcelos.