Estrada União e Indústria é a mais perigosa

Metade dos acidentes registrados nos últimos cinco anos aconteceram na Estrada União e Indústria, é o que revela um estudo inédito feito pela Companhia Petropolitana de Trânsito (CPTrans) e divulgado na última sexta-feira (2) durante a Conferência Municipal de Trânsito e Transporte promovido pela Prefeitura, CPTrans e Conselho Municipal de Trânsito (Comutran). De acordo com o anuário, a via é uma das mais perigosas da cidade, e entre 2012 e 2016, contou com uma média de 371 acidentes e 279 vítimas neste período.

"O objetivo desse anuário foi elaborar com o cruzamento de dados de diversos órgãos, como Bombeiros e Polícia Militar. Essa é a primeira vez que temos um documento tão completo para nortear nossas ações", destacou o presidente do Comutran e diretor-presidente da CPTrans, Maurinho Branco. A iniciativa da publicação de um anuário também é facilitar o acesso à informações históricas sobre os acidentes de trânsito em Petrópolis.

De acordo com os dados do anuário, em cinco anos foram registrados 10.518 acidentes na cidade resultando em 6.381 vítimas. Neste período houve uma redução de quase 37% na quantidade de acidentes. Em 2012, foram 2.703 ocorrências. Já em 2016, foram 1.727 ocorrências. "É importante lembrar que, no trânsito, somos todos responsáveis um pelos outros e todos precisamos fazer nossa parte para mudar a realidade. As ações da CPTrans serão em vão se a população não dirigir obedecendo às normas do Código de Trânsito Brasileiro", ressaltou Maurinho Branco.

Além da União e Indústria, outras seis vias também são consideradas mais perigosas e que nos últimos cinco anos registraram o maior número de acidentes, de acordo com o anuário da CPTrans. São elas: Avenida Barão do Rio Branco (com 12% das ocorrências de trânsito entre 2012 e 2016) e ruas Coronel Veiga (9%), Bingen (7%), Imperador (8%), General Rondon (8%) e Quissamã (6%).

"Nestes pontos há um número excessivo de acidentes de trânsito. Apesar das ruas em Petrópolis estarem sinalizadas, percebemos que ainda há muita imprudência por parte dos motoristas. Dirigir sob efeito de álcool, a falta do uso de cinto de segurança e alta velocidade são algumas das causas", citou o comandante do 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Ramon Camilo.

O estudo também levantou a quantidade de acidentes por extensão de cada via. A análise mostra que a Estrada União e Indústria, por exemplo, é a rua que possui menos acidentes por quilômetro, com uma média de 9,9 ocorrências. A General Rondon é a via que teve a maior média, 36 acidentes por quilômetro. Em seguida vem a Coronel Veiga, com 31,2 registros. E em terceiro, a Rua Quissamã, com uma média de 20,3 acidentes por quilômetro.

O anuário também conta com um mapeamento dos principais trechos dessas sete ruas onde os acidentes acontecem com mais frequência em 2016. Na Estrada União e Indústria, por exemplo, os pontos mais críticos ficam na Ponte Branca, Posto Dois, na entrada de Corrêas, próximo ao Trevo de Bonsucesso e no Terminal de Itaipava. "É preciso que o motorista se conscientize e para isso iniciamos este ano uma campanha de sensibilização nestes pontos mais críticos e esperamos mudar estas estatísticas", frisou o comandante do Corpo de Bombeiros.

O estudo feito pela CPTrans também analisou o perfil das vítimas e os tipos de acidentes registrados em 2016. Neste ano, das 1.797 ocorrências quase 70% foram de colisões, choques e abalroamentos (batida na lateral de um veículo em movimento, num cruzamento). Além disso, 63% dos acidentes envolveram motocicletas. E a Estrada União e Indústria, a via mais perigosa da cidade, registrou 41% das ocorrências de 2016.

Em relação as vítimas dos acidentes contabilizados em 2016: 23,4% dos acidentados tinham entre 21 e 30 anos, e 68% eram homens. Neste ano, de acordo com o levantamento da CPTrans, foram 1.521 vítimas e 18 mortes no trânsito. Ainda de acordo com o estudo, metade das vítimas se acidentou na Estrada União e Indústria.

O anuário da CPTrans também levantou os 10 bairros com maior número de acidentes em 2016. São eles: Centro, Itaipava, Quitandinha, Corrêas, Bingen, Coronel Veiga, Alto da Serra, Posse, Cascatinha e Araras. Trinta e cinco por cento dos registros aconteceram nas ruas do Centro e 15% nas vias de Itaipava. Cascatinha e Araras registraram cada, 9% das ocorrências.