• Estamos vivendo mais? Tem certeza?

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 24/07/2022 11:29
    Por Professor Luiz Carlos Moraes

    Quando fui tomar a minha segunda dose da vacina da Covid-19, das quatro e mais duas da gripe que já tomei, na época estava sendo convocada a faixa etária acima de 70 anos. Se por um lado ao chegar ao posto de saúde fiquei chateado com a enorme fila por outro, fiquei feliz em ver que ao me comparar com as pessoas ali presentes eu estou muitíssimo bem. Muita gente, a maioria, debilitada, com dificuldade de locomoção. Perderam faz tempo a independência e a qualidade de vida, com comorbidades como, câncer, aterosclerose, hipertensão arterial, diabetes, Alzheimer, deficiência imunológica, atrite, Mal de Parkinson entre outras.

    Os dados do IBGE indicam que a expectativa de vida em 2020 era de 76,8 anos e baixou com a pandemia. A maioria dos que foram a óbito com a Covid-19 tinham uma ou mais comorbidades. Nas farmácias a fila dos medicamentos do programa do Ministério da Saúde “Farmácia Popular” é enorme exigindo paciência das pessoas que sofrem e precisam desse atendimento. Esse é o ponto. Estamos vivendo mais e melhor ou pior?

    Existem pesquisas na área de saúde pública mostrando que 85% do gasto de toda verba no mundo acontece nos dois últimos anos de vida das pessoas. Os dados do Ministério da Saúde dão conta que o gasto maior para as pessoas cadastradas no programa “Farmácia Popular” são para a faixa etária acima de 60 anos. Foram gastos entre 2006 e 2014 mais de 7 bilhões de reais sendo 60% com hipertensão arterial, 19% com diabetes e 14% com dislipidemia.

    Todas as comorbidades citadas são prevenidas com atividade física regular, alimentação de verdade e de qualidade. KRAUS, William E. et al. (2019). É certo que está cada vez mais difícil comer sem os alimentos processados cheios de aditivos, corantes, conservantes, acidulantes, edulcorantes, sal, açúcar e realçadores de sabor. Acrescenta-se a isso que mais de 52% da população é sedentária. Prático, né? A regra é simples. Descasque mais, desembale menos e mexa-se! Afinal! Estamos vivendo mais ou prolongando o sofrimento? Temos menos comida e mais remédio na mesa? Quantas farmácias tem na sua cidade? Abriu mais uma rede e elas só crescem.

    Literatura Sugerida: Silva, Rondineli Mendes da e Caetano, Rosângela – Gastos com pagamentos no Programa Aqui Tem Farmácia Popular: evolução entre 2006-2014. Physis: Revista de Saúde Coletiva. 2018

    Últimas