Faixa com dizeres “Bomtempo, pague nosso salário” foi pendurada em frente à Secretaria de Educação
Na tarde desta terça-feira (17), estagiários da Educação continuaram cobrando o pagamento das passagens e do salário que estão em atraso. Em ato realizado, eles fixaram uma faixa em frente à sede da secretaria, cobrando os direitos.
“Estou desde agosto do ano passado como estagiário da rede municipal e em todos os meses o pagamento vem atrasado. Por padrão, deveria ser pago no quinto dia útil, mas foi feito um combinado passando para o décimo dia útil e nem isso está sendo cumprido. Já houve situações de recebermos no dia 20. Isso atrapalha muito as nossas contas. Eu, além de estudar e trabalhar, tenho cuidados com meu filho e despesas de casa. Essa situação atrapalha demais nossa previsibilidade. É necessário que algo seja feito. A manifestação não surgiu por conta de um atraso ocasional. Temos vivido com isso há algum tempo. É uma realidade que precisamos nos adaptar por conta da necessidade, mas é um absurdo”, conta um dos manifestantes.
Os estagiários já haviam relatado os atrasos à Tribuna. O problema ainda se estende aos contratados por RPA e prestadores de serviço.
Além dos salários, os estagiários ainda comentaram sobre questões com a verba da merenda. “Um outro problema que vem acontecendo nas escolas é o repasse na verba da merenda. Também estamos cobrando, afinal de contas, é inadmissível que os alunos não tenham acesso a alimentação nas escolas. Essas coisas estão se acumulando e deixando o clima muito difícil para trabalhar. Estão desestimulando o trabalho”.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura informou que os repasses foram realizados. Até a publicação desta matéria, alguns estagiários afirmaram que receberam os valores, enquanto outros seguem aguardando.
Atrasos são recorrentes
Desde o ano passado, a Tribuna vem relatando os problemas enfrentados pelos estudantes. Em alguns casos, eles precisam faltar o trabalho, por não terem dinheiro para a locomoção.
Em alguns dos relatos já feitos pelos estagiários, muitos deles ficaram até dois meses sem receber os pagamentos. Em outros casos, além da falta de dinheiro para a locomoção, também não há dinheiro para arcar com as despesas de casa.
Problema se estende aos contratados por MEIs
No mês passado, além dos atrasos nos pagamentos dos estagiários e RPAs, os profissionais que atuam nos projetos realizados nas escolas em tempo integral também relataram o mesmo problema. Alguns chegaram a paralisar os serviços, por conta dos salários atrasados. Segundo eles, a previsão para que os pagamentos sejam efetuados seria no 10º dia útil do mês, fato que não havia ocorrido.