• Estados Unidos anunciam pacote de armas para Taiwan no valor de US$ 1,1 bilhão

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  • 03/09/2022 09:01
    Por Estadão

    O governo de Joe Biden oficializou ao Congresso dos Estados Unidos nesta sexta-feira (2), a intenção de vender a Taiwan um pacote de US$ 1,1 bilhão em armas defensivas, à medida que as tensões com a China continuam na região. Caso a venda seja concretizada, será o quinto e maior pacote militar enviado à Taiwan durante o governo Biden. Ele inclui 60 mísseis Harpoon, 100 mísseis aéreos Sidewinder e um sistema de radar de defesa para rastrear possíveis mísseis.

    A venda deve aumentar as tensões com a China, que tem enviado tropas aéreas e marítimas ao redor da ilha desde que a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, a visitou no mês passado. Nesta semana, quando Biden externou a intenção de venda, a Embaixada da China em Washington alertou ao governo americano que o país precisa parar de vender armamentos à Taiwan.

    Segundo o jornal Washington Post, a venda deve ser autorizada pelo Congresso, que considera aumentar a quantidade de assistência militar à Taiwan nos próximos quatro anos.

    Essas vendas geralmente levam vários anos para serem entregues devido a questões relacionadas aos trâmites de vendas militares estrangeiras. Segundo a diretora da Casa Branca para assuntos de Taiwan e China, Laura Rosenberg, o governo empreende um “esforço substancial” para acelerar o processo. “Estamos conscientes da necessidade de agilizar a venda”, disse ela.

    O pacote faz parte da estratégia mais ampla do governo americano para deter as ações militares da China, segundo as autoridades. Essa estratégia também exige trabalhar com aliados e parceiros por meio de exercícios conjuntos na região e construir uma estabilidade econômica de Taipé para que o território possa suportar uma pressão crescente da China, acrescentaram. Os EUA devem começar a negociar economicamente com o país em breve.

    Segundo Rosenberg, o envio do pacote é para aumentar as defesas de Taiwan contra as ameaças marítimas e aéreas da China. “Portanto, é realmente fundamental que eles sejam capazes de usar os Harpoons (mísseis anti-navio) em apoio à defesa costeira e os mísseis aéreos em apoio à sua defesa aérea.”

    EUA se preparam a longo prazo

    O governo americano considera que as tensões entre a China e Taiwan devem se estender a longo prazo e, portanto, precisa de uma resposta sustentada de abrangente. No mês passado, por exemplo, os Estados Unidos realizaram um exercício aéreo conjunto com o Japão perto de Okinawa. Na semana passada, dois navios de guerra foram enviados à região através do Estreito de Taiwan – configurando o primeiro envio desse tipo desde a visita de Pelosi.

    Em declarações recentes, autoridades americanas têm afirmado que não serão imprudentes na região. “Seremos pacientes e eficazes, continuaremos a navegar e operar onde o direito internacional permitir”, disse o coordenador da Casa Branca indo-pacífica, Kurt Campbell, no mês passado.

    A questão é a mais preocupante na relação entre EUA e China hoje e gira em torno do reconhecimento de Taiwan. Washington, sob a política de Uma Só China, reconhece Pequim como único governo legal do país, mas não concorda com a posição de Pequim sobre Taiwan, que a considera parte da China. Desde 1979, através da Lei de Relações de Taiwan, os EUA estão comprometidos a fornecer a Taipé “artigos de defesa e serviços de defesa” necessários para que ele se defenda.

    As tensões cresceram no último mês com a visita de Nancy Pelosi à ilha, vista pela China como provocativa. Pelosi é a mais alta autoridade dos EUA a visitar Taiwan desde o então presidente da Câmara dos Deputados, Newt Gingrich, em 1997 e os efeitos à longo prazo da viagem devem alterar ainda mais as relações entre Washington, Pequim e Taipé.

    Por outro lado, o governo Biden tem acusado a China de ser a responsável pelas provocações na região. “O que vemos é um esforço real de Pequim para aumentar sua campanha de pressão coercitiva contra Taiwan”, disse Rosenberger. “Acreditamos que Pequim está tentando mudar o status quo e seus esforços estão colocando em risco a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan.”

    (Com agências internacionais)

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