Estado veta programa ferroviário e dificulta projetos de trens turísticos

A sonhada reativação da Estrada de Ferro Mauá está ainda mais longe depois que o governador Luiz Fernando Pezão vetou o projeto de lei que cria o Programa Estadual de Recuperação da Malha Ferroviária do Rio de Janeiro. O objetivo era fomentar o turismo no Estado com a recuperação de diversas linhas, revitalizando, assim, as regiões e atraindo novos investimentos.

O veto foi publicado no Diário Oficial do Estado da última segunda-feira (15), depois que o projeto de lei foi aprovado na Assembleia Legislativa (Alerj) no final de setembro. De autoria dos deputados enfermeira Rejane, Sabino, Edson Albertassi, Andreia Busatto, Roberto Henriques e Janio Mendes, o texto passou também pelo aval da Comissão de Constituição e Justiça da Alerj.

"Agora fica a cargo do novo governador comprar a ideia ou não. Foram seis anos de discussões para chegaram a essa conclusão, de que não poderiam aprovar por não ser matéria exclusiva do poder Executivo?", questionou o ferroviário e pesquisador Antonio Pastori.

O texto determinava que a Secretaria de Estado de Transportes promovesse a análise da malha ferroviária existente, elaborasse o projeto de recuperação que deveria contar com o orçamento das obras e o cronograma para sua implantação. "O projeto era de 2012, mas não foi aprovado. Passou por várias comissões e recebeu emendas, sendo desenterrado em 2017", explicou Pastori.

Estavam incluídos no projeto os ramais de Santa Cruz – Mangaratiba; Sumidouro; Maricá – Cabo Frio; Macaé – Campos dos Goytacazes; São João da Barra (EF SESC Grussaí); Campista – Campos dos Goytacazes – Miracema; Saracuruna – Cantagalo; Conrado – Miguel Pereira – Paty do Alferes; Serra de Petrópolis (Magé – Guia de Pacopaíba a Piabetá e Magé – Vila Inhomirim a Petrópolis; Trem Mata Atlântica (Angra dos Reis – Lídice – Barra Mansa); Fazenda Mato Alto (Guaratiba); Paraíba do Sul – Três Rios – Sapucaia; Barrinha (Barra do Piraí – Japeri); Porto de Mauá (Magé) – Fragoso/Vila Inhomirim e Barra do Piraí (Central – Ipiabas).

A aprovação do projeto era uma esperança para quem luta há anos pela reativação da Estrada de Ferro Mauá, desativada há mais de cinco décadas. Hoje, a ocupação irregular é um dos principais entraves para a volta do trem em Petrópolis. Ao longo da Estrada Velha da Estrela – entre a Lopes Trovão e o Meio da Serra – é possível ver as construções invadindo a mata e ocupando toda a linha do trem. Desde a sua desativação, inúmeros projetos para a retomada dos passeios já foram apresentados, mas nenhum deles foi colocado em prática.