• Estado injeta R$ 4 milhões em escolas de samba para estimular cadeia produtiva

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 10/04/2021 07:12
    Por Redação / Tribuna de Petrópolis

    O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Cultura, anunciou editais de apoio às agremiações do Carnaval afetadas pelo cancelamento das festividades neste ano. Serão pelo menos R$ 3,9 milhões voltados para escolas de samba e blocos de todo o estado.

    Há um ano convivendo com a pandemia, as pessoas que vivem do Carnaval se viram, de uma hora para outra, sem trabalho. Os desfiles foram cancelados para conter a pandemia do novo coronavírus, e os eventos nas quadras das escolas foram paralisados.

    “O Carnaval faz parte da identidade brasileira. É preciso tratar esse símbolo nacional com carinho. O momento é de protagonismo da saúde, mas o entretenimento também traz saúde, você não consegue fazer nenhum evento sem música, sem decoração, sem arte. São pessoas anônimas que contribuem para esse momento de alegria”, avalia Tom da Tuiuti, escultor de espuma da Unidos da Tijuca.

    É comum que esses trabalhadores também façam serviços em outras áreas da cultura, como cinema, TV, dança e teatro. Todos acabaram afetados de alguma forma pela pandemia.

    “Os profissionais do Carnaval carecem de incentivo. São aderecistas, chapeleiros, ferreiros, pintores, escultores… toda essa cadeia produtiva sofreu muito com essa pandemia. Nós precisamos dos olhares do poder público”, diz Renata Luiza, aderecista que há 12 anos trabalha com o Carnaval.

    Boa parte dos trabalhadores da Cidade do Samba vem de comunidade e tem essa paixão por samba em suas famílias. Antes de trabalhar no carnaval, são frequentadores das quadras das diferentes escolas, criando uma rede de amigos e colegas que podem se apoiar. Ver o carnaval interrompido foi um baque para muitos desses trabalhadores.

    “Essa ajuda vai ser muito importante para todo mundo que trabalha aqui na Cidade do Samba. Eu tive Covid e sobrevivi, foram momentos duros e agora estamos todos esperando essa pandemia acabar, para que a gente consiga voltar a nossa vida normal”, conta Cássio Murilo, pintor de arte de diferentes escolas.

    Para concorrer nos editais, os grupos carnavalescos não podem ter recebido verba da Secretaria de Cultura nos últimos 12 meses. Outro requisito essencial é a filiação a uma liga, associação ou federação representativa do carnaval.

    “É um edital que vai trazer um conforto temporário para quem está precisando de ajuda e de trabalho. As associações que representam o carnaval de rua estão muito felizes, a gente agradece o esforço da Secretaria Danielle Barros, que nos ouviu e entendeu a nossa urgência e moveu esforços para que a gente conseguisse esse edital de salvaguarda”, conta Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, a Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

    Fundo Estadual de Cultura

    O Fundo Estadual de Cultura foi inserido no Sistema Estadual de Cultura em 2015, com abastecimento de 20% nos recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Em abril de 2020, no primeiro momento de isolamento social, a Secretaria de Cultura publicou o edital “Cultura Presente nas Redes”. Foram destinados R$ 3,7 milhões para 1,5 mil fazedores de cultura de 67 municípios, com premiação de R$ 2,5 mil para cada beneficiado. Também foi implementada a Lei Aldir Blanc, com recepção de recursos de mais de R$ 150 milhões.

    Últimas