Estado do Rio tem redução de mais de 10% nos casos de feminicídio
De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), divulgados nessa terça-feira (30), o estado do Rio teve uma redução de 10,8% no número de casos de feminicídio em 2023.
Segundo o ISP, foram 111 casos de crimes contra a vida da mulher em 2022. Já no ano passado foram 99 registros. Esta foi a primeira redução de casos da série histórica nos últimos dois anos.
Integração, prevenção e atendimento
De acordo com o Governo do Estado, o programa da Secretaria de Polícia Militar, Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, ao longo de pouco mais de 4 anos de existência, acompanhou 63.509 mulheres. Somente em 2023 o programa registrou mais de 66 mil atendimentos, uma evolução de 22% em relação ao ano anterior.
Para a coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Tenente Coronel Cláudia Moraes, a elevação dos dados do programa em 2023 reflete também o maior acesso e aceitação das mulheres aos mecanismos de proteção de sua integridade física e psicológica disponíveis.
“Esses números do balanço da atuação do Programa Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar em 2023, demonstram a importância desse serviço especializado para as mulheres fluminenses em situação de violência doméstica. A cada dia mais mulheres estão rompendo o silêncio, denunciando e, sobretudo, dando continuidade às denúncias e ao processo através do acolhimento e monitoramento das medidas protetivas pela Patrulha Maria da Penha”, destacou a Tenente Coronel.
Outra iniciativa da corporação é a criação do aplicativo Rede Mulher, uma ferramenta gratuita, que conta com um botão de emergência, permitindo o contato eletrônico direto com o atendimento 190. A ferramenta já foi baixada 69 mil vezes, e realizou 420 acionamentos do botão de pânico para ocorrências sobre a integridade da mulher.
Monitoramento de agressores
Atualmente, a central de Monitoramento da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), criada em 2019, acompanha 134 potenciais agressores com histórico de violência doméstica, por meio de tornozeleiras eletrônicas, e disponibiliza o botão do pânico para mulheres vítimas deste tipo de crime.
Uma vez pressionado, o dispositivo aciona a central do 190, da Polícia Militar, que direciona imediatamente uma viatura até a presença da vítima. Em 2023 essa ferramenta foi acionada 91 vezes.
Petrópolis e o combate à violência contra mulher
De acordo com os dados da Prefeitura de Petrópolis, em 2022, no Centro de Referência em Atendimento à Mulher (CRAM Tia Alice) foram registrados 1.493 atendimentos, onde 430 pessoas foram atendidas pela primeira vez. Já em 2023, o número aumentou e o CRAM fez 1.770 atendimentos, sendo 415 primeiros atendimentos.
Campanha “Não se cale”
Como forma de estimular as denúncias de violência contra a mulher, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim) começaram, na última sexta-feira (26), a instalação de 300 placas da campanha “Não se Cale”.