• Estado do Rio já tem quase 9 mil casos de chikungunya apenas em 2018

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  • 26/05/2018 12:15

    O número de casos de febre chikungunya registrados este ano pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), no Rio de Janeiro, chegou a 8.963. Os dados são de janeiro a abril e já correspondem a mais do que o dobro de todo o ano passado, quando foram 4.305 casos. De janeiro a abril de 2017 foram infectadas 2.065 pessoas.

    O médico Alexandre Chieppe, da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, disse que o aumento já era esperado, uma vez que o vírus nunca circulou no estado e, portanto, a população não tem imunidade a ele.

    “A situação da chikungunya no estado já era uma preocupação, devido ao baixo padrão de imunidade da população. Como é um vírus novo, a população é toda suscetível. Isso é um ingrediente importante no componente de altas transmissões de chikungunya. Desde 2014 já vínhamos monitorando o que estava ocorrendo no Brasil e já esperávamos a possibilidade da entrada e circulação mais intensa no país”.

    Chieppe destaca que não se pode caracterizar a situação como uma epidemia de chikungunya, mas, sim, casos de surtos isolados da doença, que não se espalhou por todo o estado. “Temos uma transmissão isolada em pontos de alguns municípios. Não chega a ser uma epidemia, que é mais abrangente no tempo e no espaço, ou seja, dura mais tempo e abrange mais território”.

    O médico citou aumento de casos em Niterói, em alguns bairros do Rio, em São Gonçalo e em Nova Iguaçu, na baixada fluminense. Apesar do aumento considerável em relação ao ano passado, a tendência agora é que o número de casos diminua, devido à sazonalidade da transmissão da doença, que segue o mesmo padrão da dengue, pois tem o mesmo mosquito vetor, o Aedes aegypti.

    Dengue e zika

    Os casos de dengue também aumentaram este ano. De janeiro a abril do ano passado, foram 6.162 registros e, no mesmo período deste ano, chegaram a 8.007, um aumento de 29,9%. Em todo o ano passado, foram registrados 10.697 casos de dengue. Apesar do aumento, Chieppe disse que a variação está normal para os períodos interepidêmicos.

    Segundo o médico, o estado caracteriza como epidemia quando é ultrapassada a marca de 50 mil no ano, como em 2016, quando ocorreram 72 mil casos apenas entre janeiro e julho. Ao todo, naquele ano ano foram registrados 1.483.62 casos de dengue e, em 2017, o número caiu para 251.711.

    Já os casos de zika diminuíram no período. No estado, foram 2.508 em todo o ano de 2017, com 1.722 casos entre janeiro e abril. Este ano, foram 780, mostrando uma redução de 54%. Chieppe disse que, em 2016, houve uma transmissão muito forte do vírus Zika e, como cada pessoa só pega a doença uma vez, a tendência é diminuir o contágio. “Teve transmissão muito intensa no ano retrasado, então, grande parte da população foi imunizada de forma natural. Isso faz com que o risco de novos casos diminua, porque o mosquito encontra pouca gente suscetível”.

    Em 2016, foram registrados no país 216.207 casos de zika. Em 2017, o número caiu para 17.594 casos prováveis.

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