• Estabelecimento Infantil de shopping em Petrópolis é alvo de reclamações por desrespeitar direitos de crianças com deficiência

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  • 30/jan 13:00
    Por Enzo Gabriel

    **Matéria atualizada às 16h07 com o posicionamento da empresa

    No último fim de semana, um vídeo feito por Cristina Hart, contando a situação que sua sobrinha, Mariah, havia passado enquanto tentava brincar em um estabelecimento de diversão para crianças no Pátio Petrópolis Shopping viralizou. A criança teria sido impedida de entrar no local por conta da cadeira de rodas e, posteriormente, impedida de permanecer na piscina de bolinhas com a companhia de um adulto. Desde então, outros depoimentos de responsáveis apontam que, além disso, o local deixou de cumprir a lei que concede desconto para crianças com deficiência.

    Cristina Hart, tia de Mariah, contou sobre o ocorrido da última sexta-feira (26), quando sua sobrinha foi impedida de brincar: “Minha sobrinha foi ao local com a sua babá em uma festa fechada de seu primo. Quando a babá chegou ao espaço e se dirigiu ao parquinho, a atendente disse que que ela não poderia entrar com a cadeira de rodas, para não estragar o piso, que é higienizado e seria contaminado com a sujeira da rua. Como é comum na hora do susto, a babá foi embora constrangida. Nisso, um primo que estava na festa viu a situação e foi ajudar, conseguindo a entrada da criança, mas apenas no colo da babá. Já no estabelecimento, ela se dirigiu com a Mariah para a piscina de bolinhas, local onde seria mais fácil de ficar, mas, após algum tempo, outra funcionária veio e disse que adultos não poderiam ficar nos brinquedos, mesmo explicando que Mariah não poderia ficar sozinha. Assim, ela foi embora sem poder brincar”.

    A partir do depoimento de Cristina, outras mães compartilharam relatos de vezes em que foram ao local, mas não conseguiram o desconto garantido pela Lei Estadual 4.240/2003, que concede meia-entrada para deficientes físicos em estabelecimentos culturais e de lazer.

    “O estabelecimento não aplicava a lei estadual que prevê 50% de desconto para pessoas com deficiência. Um dia eu perguntei para uma funcionária e ela disse que o patrão afirmou que não daria o desconto porque ele não tem desconto no aluguel, então ninguém teria. Também disse que os advogados estavam cientes de que ele não concederia o desconto”, conta uma mãe que preferiu não se identificar.

    “É muito triste passar por uma situação assim. É um direito que não é concedido. Acho que eles precisam rever essas questões, já que são crianças como outras e também precisam brincar”, conta outra mãe que afirma não ter conseguido o desconto no local.

    O que dizem as outras partes envolvidas

    Procurado, o Pátio Petrópolis Shopping afirmou que está apurando os fatos que supostamente aconteceram de forma isolada dentro de uma loja do empreendimento, além de se posicionar à disposição da cliente para atendê-la.

    O estabelecimento informou que “é com perplexidade que estamos recebendo essas postagens e a divulgação de fatos inverídicos, que ferem a reputação e a credibilidade de mais de duas décadas de serviços prestados da nossa empresa.
    Informamos que até o momento não fomos procurados pela autora da postagem, mesmo tendo sido informada que estaríamos prontos para atende-la. Temos à disposição o registro das filmagens internas que contrariam as acusações.
    As medidas jurídicas a respeito dos fatos ocorridos já estão sendo providenciadas.
    Aproveitamos para reiterar que repudiamos a violação a quaisquer direitos da criança e do adolescente”.

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