• Espetáculo infantil ‘A Sopa de Pedra’ ganha temporada virtual

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  • 27/03/2021 08:30
    Por Eliana Silva de Souza / Estadão

    O mundo da cultura e das artes é sempre cheio de exemplos inspiradores, com profissionais que superam as mais diversas dificuldades. Na pandemia, a situação ficou ainda mais grave. Nascido há 38 anos, o grupo Luz e Ribalta é um desses exemplos ao se dedicar a espetáculos para o público infantil – e agora com conteúdo no mundo virtual. Assim, a partir deste sábado, 27, as crianças poderão conferir a peça A Sopa de Pedra, que foi gravada no Teatro Irene Ravache e estará disponível no YouTube do grupo, de forma gratuita, até o dia 16 de abril.

    A ligação do grupo com o texto de Tatiana Belinky vem de longa data. A primeira encenação foi em 1988, quando a autora chegou a conferir algumas apresentações. Para as atuais encenações, o Luz e Ribalta assina a direção artística, mas manteve a direção original de Antônio de Andrade. Em ação, os atores Luiz Amorim, Níveo Diegues e Theodora Ribeiro, além dos músicos Renato Commi e Erick Chica, que executam ao vivo as canções de Renato Commi e Gésio Amadeu.

    Na história, dois artistas mambembes, Magnólio e Benzedrino, cansados e famintos, encontram a casa da Velha Avarenta e percebem que a mulher não tem a menor intenção de lhes oferecer comida. Eles não desistem e usam de uma divertida artimanha para conseguir descansar um pouquinho e saciar a fome. No grupo desde a criação, a atriz Theodora Ribeiro conta um pouco sobre a peça.

    Depois de tantos anos no palco do teatro, como foi pensar o espetáculo no formato virtual?

    Para fazer a Sopa no formato virtual, tivemos de pensar uma produção voltada para a câmera. Mas o espetáculo é o mesmo de sempre, com os mesmos parceiros, atores, músicos e técnicos. A plateia estava vazia, mas uma câmera apontada para nós nos dava a consciência de que a gente estava falando para um novo público: o virtual. E, pela primeira vez, estamos trabalhando para um público com necessidades especiais e vamos ter tradução em Libra e audiodescrição.

    É um espetáculo ideal para este momento de pandemia, para divertir a família?

    Sim. A Sopa de Pedra agrada a todos os públicos. E essa história é muito importante neste momento, porque é muito divertida. Neste momento de tanta tristeza e de confinamento, é um espetáculo oportuno. Pais e crianças poderão assistir juntos. A Sopa de Pedra é um resgate dos nossos ‘causos’ tradicionais, que mereceram registro ao longo da história. Quem já conhece vai se emocionar. E quem for assistir agora vai guardar esse registro com muito carinho.

    O que esse texto tem de especial a ponto de ficar tanto tempo sendo encenado?

    Os contos e causos populares se mantêm através dos tempos. A Sopa de Pedra é uma dessas histórias que passam de geração em geração. Chegou até nós pelos colonizadores portugueses, e ainda continua sendo contada em terras lusitanas. Tatiana Belinky fez um registro primoroso desse causo, que o Grupo Luz e Ribalta tem ajudado a contar. Sempre existirá um público para essas histórias tradicionais. Nós precisamos disso.

    É uma forma de lembrar e homenagear a Tatiana Belinky?

    Claro! Toda e qualquer apresentação da Sopa de Pedra é uma homenagem para a Tatiana. O grupo encenou 5 peças dela (além da Sopa, Os Turrões, Cheirinho de Pão, O Macaco Juiz e Beijo Não), mas essa sempre foi muito especial para nós, e para a Tatiana também. Ela gostava muito do nosso espetáculo, sempre se fazia presente e, quando tínhamos que conversar sobre direito autoral, ela nos dizia que o mais importante era levar essa história para as pessoas se divertirem.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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