• Espera por plano fiscal deixa Ibovespa indefinido apesar de alta em Nova York

  • 25/nov 11:45
    Por Maria Regina Silva / Estadão

    O investidor da B3 começa a semana – a última de novembro – sob a expectativa do anúncio do pacote de corte de gastos, que pode sair até amanhã. Nesta segunda-feira, 25, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá a minuta do plano fiscal em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e tem encontro com 12 ministros à tarde.

    Desta forma a alta nos índices de ações no exterior é insuficiente para empolgar o Ibovespa, que terá pela frente a divulgação de uma série de dados que poderão mexer com os preços dos ativos, como dados de emprego e o IPCA-15, além do índice de inflação dos EUA (PCE, de outubro).

    “Será uma semana movimentada no Brasil. Tem IPCA-15 de novembro, Caged de outubro e Pnad Contínua. A expectativa é de aceleração da inflação, o que tende a pesar no Ibovespa e estimular uma alta da Selic para 12,00% em dezembro”, estima Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças. Atualmente, o juro básico está em 11,25% ao ano.

    Praticamente desde a abertura opera em margem estreita e na faixa dos 129 mil pontos. Chegou a ceder 0,12%, na mínima aos 128.976,89 pontos, após ter começado o pregão desta segunda-feira aos 129.125,34 pontos. Já o dólar cede e há pouco renovou mínima a R$ 5,7786, com recuo de 0,62%, após subir na sexta para R$ 5,8144. “O dólar cai um pouco, mas fechou acima de R$ 5,80, está dentro da margem”, completa Glaciano. Por volta das 11h20 o Ibovespa cedia 0,08%, aos 129.033,05 pontos.

    Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, o Ibovespa deve continuar operando de lado até que saia o pacote fiscal de corte de gastos. “Vai ficar em compasso de espera, é o que vai repercutir. A tendência é o volume de negócios continuar fraco”, estima.

    No exterior, os mercados iniciam a semana sob ajustes baixistas nas taxas de câmbio e de juros, em reação positiva ao anúncio do nome do gestor de hedge funds Scott Bessent para ser o Secretário do Tesouro nos Estados Unidos no governo Trump, pontua Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, em relatório.

    Quanto ao plano fiscal do governo brasileiro, a expectativa entre especialistas é de que o montante reduzido alcance R$ 70 bilhões nos próximos dois anos. O grande foco, contudo, é na estrutura do pacote, se será suficiente para restaurar a confiança dos investidores.

    Além disso, os investidores avaliam a nova rodada para cima nas projeções de inflação no boletim Focus, desta segunda-feira, após na sexta o Ministério do Planejamento ter anunciado a contenção do orçamento. São R$ 6 bilhões em bloqueios adicionais, por causa da elevação das despesas, ante R$ 13,3 bilhões do relatório relativo ao documento anterior, do quarto bimestre. “Veio conforme o esperado, não faz preço”, diz Monteiro.

    Na sexta-feira, o Ibovespa fecha em alta de 1,74%, aos 129.125,51 pontos, após a Petrobras informar a distribuição de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários e detalhar o plano de negócios do quinquênio 2025-29.

    Hoje, o petróleo cai e prova instabilidade aos papéis da Petrobras após avançaram em meio ao anúncio do Plano Estratégico divulgado na semana passada e ao anúncio do pagamento de dividendos extraordinários de R$ 20 bilhões. Apesar da alta de 0,84% do minério em Dalian, na China, Vale subia 0,36% perto das 11h20.

    Ainda fica no foco na Bolsa a notícia de que frigoríficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao Grupo Carrefour no Brasil, em um movimento de boicote após a decisão da rede na França de não vender mais o produto do Mercosul. Carrefour caía 1,66% no horário citado acima.

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