• Espera de corte de gasto alívia dólar em meio a apetite por risco no exterior

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  • 04/nov 10:14
    Por Silvana Rocha / Estadão

    O dólar testou mínima intradia a R$ 5,8057 (-1,09%) na manhã desta segunda-feira, 4, em meio a expectativas de anúncio de medidas de corte de gastos, após o adiamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à Europa. Há apetite por ativos de risco em Nova York também, com maiores chances de vitória da candidata democrata Kamala Harris à Presidência dos Estados Unidos. Petróleo e minério de ferro sobem, enquanto dólar ante rivais e algumas emergentes e juros dos Treasuries recuam. Na sexta-feira, o dólar á vista disparou a R$ 5,8694 com o estresse nos mercados pela falta de medidas fiscais.

    O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que a primeira reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com sua equipe nesta manhã será sobre o G20, mas nada impede que Lula siga o encontro com um núcleo mais restrito da Fazenda para discutir a questão do corte de gastos em meio à cobrança do mercado. Como esse plano ainda está em elaboração, o presidente prefere tratar do tema com um número menor de pessoas, o que também serve para evitar vazamentos que desagradam ao chefe do Executivo.

    O encontro no Palácio do Planalto vai reunir, segundo a agenda oficial do presidente, os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Fazenda, Fernando Haddad; Relações Exteriores, Mauro Vieira; e Secretaria-Geral, Márcio Macêdo.

    Na semana passada, Costa e Haddad deram declarações importantes sobre a convergência entre as alas política e econômica em relação às medidas para redução de despesas que serão adotadas pelo governo. Porém, nenhum dos dois fixou um prazo para o anúncio, o que provocou muita volatilidade no mercado, que esperava um anúncio logo após a finalização das eleições municipais.

    O mercado olha ainda o Boletim Focus, que revela que a mediana para a inflação suavizada dos próximos 12 meses subiu de 4,04% para 4,08%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que valerá a partir de 2025. A mediana das estimativas para IPCA de 2024 subiram de 4,55% para 4,59%, acima do teto da meta. Para 2025 as estimativas do mercado passaram de 4% para 4,03%; para 2026, de 3,60% para 3,61%.

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,80% em outubro, após 0,18% de setembro e de 0,62% da terceira quadrissemana do mês passado, segundo a Fipe. O resultado ficou acima do teto das estimativas do Projeções Broadcast, que variavam de altas de 0,45% a 0,75%, com mediana de 0,68%.

    O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) ficou estável na passagem de setembro para outubro, permanecendo em 81,7 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o IAEmp avançou 0,1 ponto.

    Às 9h37, o dólar à vista caía 1,05%, a R$ 5,8067. O dólar futuro para dezembro cedia 1,19%, a R$ 5,8225. Perto das 10 horas, a moeda à vista renovou a mínima intradia a R$ 5,7992 (recuo de 1,20%).

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