• Especialistas reforçam sobre os benefícios do aleitamento materno para recém-nascidos e também para as mamães

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  • 18/08/2021 15:42
    Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

    Mesmo com diversos avanços tecnológicos para aprimorar os cuidados no pós-parto, o momento dedicado ao aleitamento materno ainda segue como um dos principais recursos para garantir o bem-estar físico e emocional do binômio (mãe e bebê). Dados publicados em 2020 pelo Ministério da Saúde apontam que este ato pode reduzir a mortalidade infantil por causas evitáveis em até 13% e, para a mulher que amamenta, o risco de desenvolver câncer de mama cai 6% a cada ano de amamentação.

    De acordo com a Dra. Adliz Siqueira, neonatologista do Hospital Santa Teresa, de Petrópolis, além de ser uma fonte de proteção natural, o aleitamento contribui diretamente para restabelecer o vínculo entre a mãe e o bebê, ao serem temporariamente separados após meses de gestação.

    A médica reitera a importância de manter o recém-nascido em contato pele a pele, junto a sua mãe, e estimulando a amamentação, logo após o nascimento, período chamado de “Hora de ouro” que significa a 1ª hora após o nascimento onde essas ações promovem vários benefícios para ambos.

    “Em longo prazo, os benefícios são inúmeros. Na primeira infância, o leite materno reduz o risco de contrair doenças e infecções, como a diarreia e doenças respiratórias. Já na adolescência, a criança que passou por um período adequado de amamentação terá menor probabilidade de desenvolver complicações como diabetes, hipertensão arterial e obesidade”, adiciona.

    Em relação ao valor nutricional, o leite materno possui todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento do recém-nascido e, além disso, sua composição consegue se adaptar aos bebês que nascem prematuros, oferecendo conteúdo nutricional adequado independente da idade gestacional da criança ao nascer. Ou seja, os bebês que nascem prematuramente recebem deste recurso os nutrientes fundamentais para compensar o déficit de desenvolvimento imposto pelo tempo reduzido de gestação. Além da relevância alimentar, nesses primeiros dias, o leite chamado de “colostro” é considerado como a primeira vacina do bebê, sendo por ele transmitido os anticorpos maternos”, complementa a médica.

    Para a enfermeira Marcelle Arruda de Oliveira Barreto, que atua como supervisora da maternidade do Hospital Santa Teresa, a fórmula quando é indicada pelo pediatra, em algumas situações, realiza a complementação à amamentação, porém os valores nutricionais do leite materno são insubstituíveis.

    “Fazemos um comparativo em relação à fórmula sendo similar a um hambúrguer, enquanto o leite materno é um suco natural de laranja. Embora o hambúrguer provoque uma sensação de saciedade maior, o suco de laranja é mais leve e mais completo nutricionalmente, contribuindo para o desenvolvimento da criança. Por isso, muitas mães acabam percebendo que o recém-nascido fica mais saciado com a fórmula do que com o leite materno e acabam achando que tem o “leite fraco”. Mas, na verdade, não existe ‘leite fraco, pior ou melhor’, existe o leite materno proporcional às necessidades de cada recém-nascido. O leite materno possui uma digestão mais rápida sendo necessário o recém-nascido mamar mais frequentemente em livre demanda. Sendo assim, é preciso informar e educar sobre os benefícios do leite materno e priorizar o seu consumo”, adiciona.

    No Projeto Maternidade Segura o incentivo a amamentação começa logo nos primeiros momentos após o nascimento. (Foto: Divulgação/ HST)

    Os benefícios decorrentes do aleitamento não se limitam aos recém-nascidos, uma vez que este ato oferece também diversas vantagens para as mães. Além de contribuir para facilitar o retorno das mulheres a uma estrutura corporal não-gravídica, a amamentação ajuda a diminuir os riscos da hemorragia pós-parto e a aumentar a produção de hormônios que estimulam a saída do leite da mama. É neste contexto que iniciativas como o Projeto Maternidade Segura, adotado pelo Hospital Santa Teresa, ganha relevância ao aumentar o tempo dedicado à amamentação no momento pós-parto, potencializando seus benefícios.

    Para as gestantes que tiveram diagnóstico positivo para a COVID-19, o protocolo de amamentação é o mesmo, com a exceção de algumas adaptações sanitárias para garantir maior segurança ao recém-nascido. “A amamentação deve ser sempre acompanhada pela utilização da máscara e a higienização das mãos deve ser feita com álcool em gel antes de qualquer contato com o bebê. Vale reforçar que, até o momento, não existem evidências de que o leite é um método transmissor da COVID-19”, ressalta a enfermeira.

    Para as mulheres que já foram vacinadas contra a COVID-19, estudos apontam a presença de anticorpos no leite materno, porém ainda estão em andamento estudos complementares para confirmar o grau de proteção dado aos bebês. “Mesmo para aquelas que não tomaram a vacina, mas que foram diagnosticadas com a infecção causada pelo coronavírus durante a gestação, ou antes, os anticorpos produzidos no período de acometimento também são transferidos para o bebê”, conclui a Dra. Adliz.

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