• Especialistas alertam para alto índice de acidentes de trânsito com animais

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  • 04/06/2018 16:44

    No mês de maio, é realizada a Campanha Maio Amarelo, movimento que tem o objetivo de alertar a população sobre o alto índice de acidentes de trânsito nas estradas. Infelizmente, esse índice não envolve só pessoas. Segundo o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), cerca de 15 animais morrem nas estradas brasileiras a cada segundo. Diariamente, chegam a morrer mais de 1,3 milhões de animais. Na cidade, de janeiro até agora, pelo menos, 28 cães foram atropelados.

    Nesse levantamento, as maiores vítimas de atropelamentos são os cães e gatos. Em seguida, são os animais silvestres e cavalos. Os pets, por serem frequentemente abandonados ou despejados em qualquer lugar, são vítimas em potencial, porque desconhecem o perigo do trânsito. As cadelas fêmeas também acabam sendo as principais vítimas. A cada seis meses, aproximadamente, elas entram no cio e frequentemente são perseguidas por vários cães nas ruas e, não raro, correm, desorientadas, em meio aos carros. 

    O abandono de animais é um problema que acontece com frequência na cidade. Nesta semana, uma cadela que estava no cio, foi perseguida nas ruas do Centro por cerca de 22 cães. O protetor de animais e membro da Ong Cão Companheiro, Domingos Galante, fez o resgate da cadela e a encaminhou para uma clínica veterinária, para que seja castrada. Segundo o protetor, o abandono e o número de cães sem castração nas ruas é alto na cidade.

    Para o protetor, sem a castração, o número de animais abandonados na rua só cresce. “O abandono de animais é muito grande. Cerca de 30% deles morrem, porque não tem quem faça o resgate, quem os ajude. Os cães nas ruas geram transtornos para o trânsito e para as pessoas”, disse. 

    As localidades onde mas ocorrem acidentes envolvendo animais são Quitandinha, Itaipava, Cascatinha, Centro e Corrêas. Segundo Domingos, dos 28 cães resgatados após atropelamento neste ano, 16 morreram. Os outros foram levados para clínicas veterinárias, foram reabilitados e os que não tinham dono foram encaminhados para adoção. Além dos pets, as capivaras também são vítimas do trânsito na cidade. Neste ano, foram, pelo menos, 12 atropelamentos registrados. Os pontos onde mais ocorreram foram no Bingen e na Avenida Barão do Rio Branco. 

    Os animais domésticos que são criados soltos, ou seja, fora do quintal da residência também entram nessa lista. Soltos na rua, sem supervisão, acabam correndo para o meio dos carros e são atingidos. 

    Outros, já idosos, não tem agilidade para atravessar a rua, e acabam sofrendo o mesmo destino. Um problema,  que é ainda mais grave, é a falta de sensibilidade dos motoristas. Falta paciência para aguardar o animal acabar de atravessar. Ou, o que é ainda mais triste, quando o cão é atropelado, o motorista não percebe, e não presta socorro. 

    No Brasil, ainda não há regulamentação específica para casos de atropelamento de animais. No entanto, no município, nestes casos vêm sendo aplicado o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, n° 9.605/1998, que determina detenção ou multa para aquele que praticar ato de abuso, maus tratos, ferimentos ou mutilação em animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. E ainda, o Código de posturas do município entre os artigos 60 e 63 determina penas entre leve, grave e gravíssima para pessoas que deixam animais soltos nas vias públicas ou, assim como a lei de crimes ambientais, ferem os animais. 

    A coordenadora da Coordenadoria de Bem-estar Animal (Cobea), Elisabete Amorim, lista algumas medidas que devem ser feitas em caso de atropelamentos. O primeiro ponto é prestar socorro: verifique se existe alguma forma segura de ajudar o animal no primeiro momento do acidente, porque se ele permanecer na via pode causar um novo acidente. Caso o animal sobreviva, tente de alguma forma segura levá-lo até o acostamento. 

    Toda vida merece respeito, a Cobea alerta para que os motoristas comuniquem imediatamente ao órgão responsável e, se for o caso, a empresa em que trabalha. A defesa dos direitos dos animais é mais do que proteger a dignidade animal, demonstra cidadania e respeito à vida. 

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