• Especialista sugere alternativas para a recuperação da Rua Teresa

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  • 04/12/2016 09:00

    A Rua Teresa registrou este ano como um dos piores da sua história. Com um número expressivo de fechamento de lojas, cerca de 300 encerraram as atividades nos últimos anos, aumento do desemprego e queda de vendas, o principal polo de moda da cidade amargou prejuízos em 2016. Pensando em encontrar alternativas e buscar soluções para essa situação, a especialista em logística Gerda Haring fez uma breve análise sobre o atual cenário e sugeriu algumas dicas para recuperar o setor. 

    Um dos pontos que deve ser constantemente debatido, segundo a especialista, é a condição em que as estradas se encontram. De acordo com Gerda, é preciso avaliar que o transporte no país é um dos fatores que deixam as mercadorias para os produtores mais caras. E no fim quem paga a conta é o consumidor final. Em Petrópolis, apesar de não ter feito um diagnóstico preciso, ela disse que é possível perceber erros que comprometem diretamente a economia e o retrocesso da Rua Teresa. “Para começar temos a BR-040, conhecida como a “Rodovia da Morte”. 

    Outros fatores que influenciam para afastar os clientes da cidade são os estacionamentos, considerados caríssimos, assim como os hotéis. “Ou seja, o consumidor que vier para a cidade apenas para fazer compras não vai achar viável todos esses custos, ele vai comprar em outro lugar. Além disso, temos o atendimento ao cliente que é ruim. Os vendedores não estão preparados”, comentou, acrescentando que não considera apenas uma questão de má vontade, e sim de profissionais que simplesmente não entendem o que vendem, não gostam ou desgostam do produto em questão e não sabem nem sequer do que ele é feito.

    Gerda criticou ainda a falta de preparo com relação a estoque das lojas. “Acredito que os empresários estão errando a conta, e investindo muito em estoque. Isso faz com que as peças encalhem e, lógico, traz prejuízo. Saber quanto se vende, o que mais se vende, qual é seu público-alvo, quando a mercadoria ficará pronta, como ela será vendida, tudo é logística. As pessoas precisam aprender a fazer mais por menos, oferecendo o melhor para o cliente”.


    Especialista sugere a exportação para as pequenas e médias empresas

    Gerda acredita ainda que uma saída para os empresários petropolitanos que atuam na Rua Teresa é a exportação. Para ela, há uma impressão equivocada de que apenas grandes empresas e multinacionais podem exportar, quando na verdade as menores também podem. 

    Nesse contexto, a especialista observou um problema que vem sendo relatado já há algum tempo pelos comerciantes, de que os “sacoleiros” não sobem mais a serra, justamente o público que mais gastava na Rua Teresa. “Se esse consumidor não compra mais, o jeito é mudar, e para vender em quantidade nada melhor que a exportação, nem que as pequenas empresas se unam em cooperativas, uma tendência que já vem sendo adotada no país”. 

    Porém, ela ressalta que é preciso ficar claro que isso não é uma tarefa fácil e que exige resiliência e perseverança, assim como organização e o mínimo de qualificação por parte de empresários e seus funcionários. “O mínimo que é preciso para colocar isso em prática é o investimento em logística, ou seja, o produto precisa ser bom, os prazos têm que ser cumpridos, o preço justo, o atendimento de qualidade e a empresa organizada”, explicou. 

    Uma dica para os empresários que pretendem seguir esse caminho é aplicar o lema: “Produto certo, na hora certa, pelo preço justo”. Para Gerda, eles precisam ficar atentos também aos costumes de cada país e ao significado das palavras. Isso porque algumas palavras em português podem ter significados pejorativos em outros idiomas. O empreendedor passa a ter o mundo inteiro concorrendo com ele, então não há margem para erros primários. “O grande problema do nosso país é que muitos grandes empresários cresceram rapidamente, mas não se qualificaram o suficiente”, concluiu. 

    Segundo Gerda, no caso do Brasil a situação é ainda mais séria, pois já existe uma crise financeira. Por esse motivo, desperdício e encarecimento desnecessário em produtos são imperdoáveis.


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