Especialista pede atenção e aponta mais deslizamentos na Rua Uruguai
Após cinco dias do deslizamento de pedras no Quitandinha, que matou duas pessoas, especialistas alertam para a situação de risco em que a Rua Uruguai se encontra. De acordo com Willy Lacerda, geotécnico, professor de Engenharia Civil da Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e membro da Academia Nacional de Engenharia, toda a encosta daquela região apresenta riscos. Para ele, algumas medidas são necessárias. Uma delas é não deixar que os moradores fiquem em suas casas, principalmente durante as fortes chuvas. A outra é investir em médio prazo em equipamentos de infraestrutura que previnam o escorregamento de mais pedras, provocando novas tragédias.
Em uma análise preliminar Willy, que esteve no local, afirmou que aquela formação de rochas, tem um recobrimento espesso e que aparentemente o escorregamento começou na parte de cima, na parte rasa das pedras. Com a queda, as casas serviram para segurá-las. Ele acredita que é preciso uma série de estudos na localidade, porque toda aquela área é suscetível a escorregamento. Além do desgaste do tempo, ressaltou que a chuva, é de fato, a causa principal que faz com que a absorção do solo fique totalmente saturada e diminua sua resistência. E se continuar chovendo, acredita que pode haver novos deslizamentos, antes do que se imagina.
Para o especialista, todas as casas que estão naquela área, estão em risco e é preciso fazer algo para que não ocorra mais uma tragédia no local. Ele sugere que as famílias sejam retiradas de lá, mas também pensa que é preciso investir em obras para fixar a pedreira, como telas, chumbamento e atirantamento – que é uma técnica de contenção que ajuda a proteger e estabilizar a rocha. No caso do chumbamento, ele explica que consiste em um furo com vergalhão de aço e cimento que chumba o objeto na rocha, impedindo que a lasca de cima se solte. “É um processo como se estivesse grampeando o solo”, comentou. Porém, todas essas medidas necessitam de um estudo técnico envolvendo geólogos e engenheiros geotécnicos, que devem avaliar onde há mais riscos de rolamento. “Por enquanto devemos observar e recomendar que as pessoas não fiquem naquela área”, destacou dizendo que não dá para ter precisão de quando a pedreira pode deslocar, mas dá para saber por meio de um estudo se o risco é iminente ou não.