• Especialista fala sobre mudança de bandeira tarifária e dá dicas para economizar na conta de luz

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 04/out 16:01
    Por Enzo Gabriel | Foto: Reprodução

    Para o mês de outubro, a bandeira tarifária será vermelha patamar 2, com cobrança extra de R$ 7,877 na conta de luz para cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia elétrica consumidos. Roberto Musser, diretor de Inovação e Novos Negócios da Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis (ACEP) e especialista em energia e desenvolvimento sustentável fala sobre o acionamento da bandeira, a importância da mudança de hábitos e também sobre o mercado de energia.

    Desde agosto de 2021, esta foi a primeira vez que a bandeira mais cara do sistema da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é acionada. Segundo a agência, um dos fatores determinantes para o acionamento da bandeira vermelha patamar 2 foi o risco hidrológico, ou seja, a baixa previsão de chuva para os reservatórios das hidrelétricas. Também teve influência a elevação do preço do mercado de energia elétrica.

    Sobre o acionamento da bandeira tarifária, Roberto explica como funciona o processo: “São três entidades que controlam o Sistema Integrado Nacional (SIN). A Aneel trata da regulação, mas ainda existem o Operador Nacional do Sistema (ONS) que é responsável pela entrega da energia física e a Câmara de Comercialização de Energia (CCEE) que trata das transações comerciais da energia elétrica. A definição da bandeira vermelha passa por essas 3 entidades e, nesse caso, é realmente necessária a entrada em operação das usinas termoelétricas para manter água nos seus reservatórios”.

    Com a conta de luz ficando mais cara, o especialista dá a sua opinião sobre como as pessoas podem mudar o comportamento: “Hábitos! Rever como se usa a eletricidade. Muitas vezes nem percebemos que ela existe. Entender o que está além da questão do valor da conta de luz. Nesse caso o uso é muito importante não deixar a luz acesa em ambientes onde não houver ninguém, desligar a televisão quando não estiver assistindo, tomar banhos rápidos, juntar toda a roupa para lavar dentro da capacidade máxima da máquina, passar as roupas que são essenciais, desligar os carregadores que não estão sendo usados, e sempre ficar muito atento ao tempo de uso dos principais vilões do alto consumo: chuveiro elétrico, geladeira, ar condicionado e máquina de lavar. Como também, sempre que possível, fazer a troca de lâmpadas comuns por lâmpadas de led que são mais eficientes, consomem menos e duram mais”.

    Roberto também fala sobre as novas fontes de energia, que podem ganhar espaço no mercado, com todas as questões envolvendo a eletricidade.

    “As novas fontes de energia são o desafio do futuro para a humanidade. Precisamos, com urgência, diminuir a emissão de gases de efeito estufa. As secas são um alerta muito importante para começarmos a transição energética para uma matriz menos poluente. A ACEP vem tratando deste tema nos seminários Cidades Inteligentes. Inclusive, estamos desenvolvendo uma área específica de energia e sustentabilidade, que entre outras coisas, tem essa temática em destaque”.

    “O mercado de energia, hoje, sofre impactos tanto da área ambiental como geopolítica. Veja o que está acontecendo atualmente no Oriente Médio. Sem dúvidas uma das consequências da geopolítica local, impactará no preço do petróleo. No caso da energia elétrica, o caminho da transição energética passa pelos “3 D” para se obter uma matriz verde: descarbonização, descentralização e digitalização. Alguns avanços são muito promissores, como o hidrogênio verde e o armazenamento de energia em baterias. Essas novas tecnologias e outras deverão ser os limitantes do irreversível aumento da temperatura global em +2°C”, finaliza Roberto.

    Últimas