• Especialista fala sobre características que fazem um negócio se manter durante tempos difíceis

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  • 19/06/2021 12:51

    Desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, grandes mudanças ocorreram no cenário econômico. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, mostram que desde março de 2020, houve grande número de empresas fechando postos de trabalho em Petrópolis. No total do ano passado, foram 27.425 desligamentos, diante de 24.209 admissões, o que revela saldo negativo de 3.216 vagas em empresas da região. Desde setembro, os números começaram a mostrar certa recuperação das empresas, que vem buscando a estabilidade financeira e melhorias que proporcionem maior segurança para colaboradores e investidores.

    Segundo o economista Rodrigo Rosa, a estratégia e a inovação, são pilares fundamentais pro empresário que quer se manter bem em meio à crise. “Os dados mostram que muitas empresas acabam fechando nos três primeiros anos. Apenas empresas que tem esses conceitos, conseguem passar por cima dos percalços iniciais e enxergam tudo isso como uma oportunidade”, afirma.

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    Desde 2015, o empresário André Maia vem investindo em uma empresa do ramo de sorvetes. Depois de atuar na construção civil e com projeto de marketing para espaços comerciais, decidiu investir nos alimentícios. A inspiração foram os gelatos italianos, que se utilizam de produtos frescos e sem conservantes, proporcionando uma experiência de sabor diferenciada para quem procura pelo item. Sem acesso a programas de financiamento, como o Pronampe, viu o período como oportunidade para “reorganizar a casa”, se preparando para novos investimentos.

    “Decidimos investir em reforçar os protocolos de segurança alimentar, com o suporte de uma equipe de nutricionistas, revendo manuais e processo de fabricação. Também trocamos nosso sistema de gestão, com o objetivo de ter um panorama maior sobre os nossos processos. Fizemos também muitos cursos on-line para reforçar o conhecimento, além de projetar ações no mundo digital, que é o que tem feito a diferença na história de uma marca atualmente”, diz André, que é o idealizador da Gelato Imperial.

    Uma pesquisa da dunnhumby Brasil, empresa especializada em Ciência de Dados do Consumidor, o público tem procurado novos produtos desde o início da pandemia. Cerca de 44% dos brasileiros experimentaram marcas que ainda não conheciam, o que gerou possibilidades de crescimento para empresas locais. “É uma busca pelo diferente e novo. O perfil do consumidor de agora, pede por coisas que atendam diretamente aquela necessidade, de uma forma mais inteligente”, explica Rodrigo.

    A mudança no perfil serviu como oportunidade para André, que viu um crescimento nas vendas durante o isolamento social. “Com muitas pessoas em casa na pandemia, acabamos tendo um aumento significativo na demanda. Nesse período, o consumo de alimentos no dia a dia, também cresceu. E gêneros como amendoins, sorvetes e doces, acabaram sendo mais adquiridos. Foi uma forma de manter a nossa produção ativa e até fazer novos investimentos para entregar esse produto com uma qualidade pro público final, seja aqui nas cidades da serra ou pro público da região dos lagos, que também atendemos com o Gelato Imperial”, detalha André.

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    Ainda segundo Rodrigo, com os ciclos da economia, é importante saber lidar com as quedas, que podem ser a melhor hora para investir. “ A grande questão é que muitos não se organizam para crise. Por isso é importante a estratégia, para que a crise seja uma oportunidade. É um período para o fortalecimento de marca. Eu acredito que toda crise traz oportunidades e nem sempre serão necessários investimentos financeiros. Mas ela pode sim, mudar a capacidade daquele gestor olhar e operar em meio a incerteza”, pontua.

    Para o segundo semestre, o empresário pretende ampliar para redes de supermercados na capital e tem a expectativa de abrir novos postos de trabalho. “Fizemos investimentos para ser uma grande indústria e nos consideramos prontos para chegar a esses outros lugares, sempre prezando pela qualidade para chegar ao nosso objetivo. Estamos buscando agora, ampliar esse número de clientes, estabelecimentos que comercializam o nosso produto e criar fidelização, que consequentemente aumentam a nossa demanda e abre vagas seja na produção ou para as questões administrativas, de logística e distribuição. Estamos positivos”, finaliza o empresário.

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